Em matéria publicada na revista Veja, o enfoque foi dado para a obesidade e a intensidade com que esta patologia vem se agravando na sociedade. Estudo recente citado pela matéria indica que a presença de excesso de peso, em valores acima dos parâmetros saudáveis recomendados, implica em um risco de 82% maior para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
Considerando que a obesidade é uma doença crônica multifatorial, a mesma está diretamente relacionada com diversos agravos à saúde, incluindo alterações psicológicas, sociais e físicas. Os índices americanos demonstram que pelo menos 20% da população encontram-se acima do seu peso recomendado.
Diversos estudos evidenciam a relação existente entre a obesidade e alterações cardiovasculares, bem como diabetes e alguns tipos de câncer; enquanto que o baixo peso está associado a doenças respiratórias e alguns tipos de câncer, como o que atinge a região pulmonar. Corroborando com a matéria citada, pesquisas indicam estar bem fundamentada a relação direta entre obesidade, sexo, idade e grau de atividade física, sendo mais comum em mulheres, e seu índice aumenta com o avanço da idade.
A matéria ainda cita um fato relevante, onde pesquisas relacionadas com o IMC (Índice de Massa Corporal) demonstram resultados subestimados; sendo assim, o índice atual apresentado pode ser ainda maior e mais preocupante.
Pesquisas destacam que a obesidade vem prevalecendo em ambas as classes sociais, bem como em países desenvolvidos e em desenvolvimento. Fatores contribuintes para este fato incluem o baixo gasto energético, caracterizado pelo sedentarismo, aliado a uma dieta com elevado teor de gordura, açúcares e alimentos refinados, ocupando o espaço dos alimentos ricos em fibras e nutrientes, caracterizando uma dieta hiperlipídica e pobre em nutrientes.
Um fator agravante para o risco cardiovascular é caracterizado pela deposição de gordura na região abdominal, chamada de gordura visceral, sendo o local mais perigoso de deposição de gordura. É comum a obesidade estar aliada à hipertensão, distúrbio nas gorduras séricas (colesterol e triglicerídeos elevados), doenças como aterosclerose e ainda fatores psicossocias. Quando estes fatores estão aliados, caracteriza-se então a Síndrome Metabólica, a qual vem tornando-se cada vez mais freqüente em pessoas com excesso de peso.
Dados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), de 2002-2003, indicam uma prevalência e tendência ao excesso de peso, índices preocupantes que indicam um aumento de peso nas últimas três décadas analisadas. Estatísticas semelhantes são encontradas em diferentes regiões brasileiras e em todas as classes sociais, caracterizando a severidade do problema. Como já citado, porém é importante destacar, na pesquisa realizada identifica-se um elevado consumo de açúcares e gorduras em contrapartida a um baixo consumo de verduras, frutas e fibras.
Estimativas preocupam ainda mais ao destacar que metade das crianças obesas, tornar-se-ão adultos com excesso de peso e, possivelmente, irão desenvolver alguma das doenças associadas ao sobrepeso.
** Texto elaborado pela Dra. Mayara Zagonel Souza, aluna bolsista do curso de Pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional pela VP Consultoria Nutricional/ Divisão Ensino e Pesquisa.
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