sexta-feira, abril 29, 2011

DISBIOSE INTESTINAL



A disbiose intestinal significa, literalmente, uma disfunção do cólon devido à alteração da flora intestinal.


Sintomas:

Flatulência, alteração do ritmo normal intestinal, distensão abdominal e a hipovitaminose (porque a flora intestinal sintetiza vitaminas, principalmente as do grupo B).

Existe uma relação entre a permeabilidade da membrana da mucosa intestinal e a flora intestinal normal. Portanto, quando estamos diante de um quadro de flora intestinal anormal, teremos uma inadequada quebra de peptídeos e reabsorção de toxinas do lúmen intestinal. Estas toxinas caem na circulação portal e podem produzir efeitos farmacológicos, “efeito exorfina”, dando quadro de letargia observado nos casos de múltipla sensibilidade a alimentos.

Este fenômeno pode produzir uma grande quantidade de patologias, que vão de depressão a artrite reumatóide. É importante entender que a presença no cólon de fezes putrefativas, gerando placas duras e aderentes a mucosa intestinal, libera toxinas para todo o organismo. Estas toxinas podem ser alimentadas pela pele, onde teremos quadro de urticária e acne, ou para as articulações, gerando quadros de inflamação e até mesmo lesões articulares como a artrite reumatóide.

Causas:

Uso indiscriminado de antibióticos

Uso de antidepressivos

Uso indiscriminado de antiinflamatórios hormonais e não hormonais

Alergias alimentares

Abuso de laxantes

Nutrição pobre, com consumo excessivo de alimentos processados em detrimento aos alimentos crus

Excessiva exposição a toxinas ambientais

Doenças consuptivas (câncer e Aids)

Disfunções hepatopancreáticas

Alteração de pH gastrintestinal

Tratamento:

Através de uma dieta individualizada, com utilização de suplementos . Procure um nutricionista!

segunda-feira, abril 25, 2011

CHOCOLATE : Um alimento Funcional


O equilíbrio na alimentação deve ser respeitado durante o ano todo, mas há momentos e épocas em que este controle se torna mais frágil como quando estamos estressados, ansiosos, em lugares onde as tentações são fartas como em festas, aniversários, comemorações, e, uma delas é a Páscoa! Principalmente porque é quando o símbolo desta data é justamente o que mais desperta principalmente o desejo das mulheres mas também da maioria das pessoas: o CHOCOLATE! O chocolate dos tradicionais ovos de Páscoa, as colombas, os bombons, estão por toda a parte e são utilizados para serem presenteados. Comemorar com estas delícias não é pecado, afinal a alegria também vem do prazer de se alimentar e saborear. O problema está nos tipos de chocolates, na quantidade e na freqüência do consumo destas delícias...

O chocolate é um alimento funcional, pois, além de nutrir pode proporcionar benefícios ao nosso organismo, dependendo da sua composição nutricional, da quantidade e juntamente com uma dieta saudável.

O chocolate é composto principalmente por pasta de cacau, manteiga de cacau, açúcar e leite, com variações nas concentrações destas substâncias que classificam o tipo do chocolate (ao leite, light, diet, amargo, meio amargo, sem lactose, sem glúten), além dos incrementos e recheios que aumentam o valor calórico.

A Organização Mundial da Saúde preconiza o consumo de no máximo 50 gramas de chocolate ao dia para que não se ultrapasse o limite de gorduras e açúcares.

O cacau presente nos chocolates é que o faz tão valioso e cheio de benefícios à saúde, sabendo escolhê-lo e a quantidade a ser consumida, só lhe fará bem!



Benefícios


Teor de antioxidantes de alguns alimentos. O cacau em pó é que possui um dos maiores teores seguido do açaí e em 3º o chocolate amargo:

Rico em substâncias chamadas de polifenóis, entre eles flavonóides com poderosa ação antioxidante ao organismo. O poder antioxidante neutraliza os efeitos de danos celular causada pelos radicais livres (advindos do estresse, má alimentação, poluição, inflamações, obesidade)

Ajuda na vasodilatação sanguíne que junto com as outras ações podem prevenir doenças cardiovasculares

Tem comprovada ação anticarginogênica. O chocolate amargo pode possuir 3600ug de polifenóis do cacau e o chocolate ao leite 100ug (por 100 gramas de chocolate), são estes polifenóis que também ajudam na prevenção da doença

Do cacau também pode-se obter o extrato vegetal composto por ácidos graxos e contém uma excelente propriedade no que se diz respeito à hidratação, pois ele evita o ressecamento da pele e a perda de água, assim, quanto mais cacau tiver o chocolate, melhor!


Ao comer chocolate com alto teor de cacau (60 a 80%) tem-se ainda elevação nos níveis de serotonina, dopamina e feniletilamina no cérebro levando à sensação de bem estar e melhora do humor. Consumi-los nos momentos de ansiedade e TPM pode ser um alívios justamente por estas sensações que o chocolate proporciona, o que pode até viciar...

Por que o chocolate vicia?

Estudos mostram que o vício pode se dar inclusive pela substância chamada anandamina, um tipo de gordura que ativa os receptores químicos cerebrais. Contrariamente a esta sensação contém também substâncias estimulantes do Sistema Nervoso Central, como a cafeína e a teobromina. Uma barra de chocolate possui aproximadamente 10 mg de cafeína que ajuda a melhorar a energia e o raciocínio.

Chocolate e Emagrecimento

Uma pesquisa que vem da Universidade de Chung Hsing, em Taiwan, divulgou que são os ácidos fenólicos presentes no cacau os responsáveis pela ação emagrecedora. Esses ácidos interferem na produção da leptina que é o hormônio da saciedade e, além disso, os ácidos fenólicos são antioxidantes, prevenindo o acúmulo de gordura nas células.

As pesquisas demonstram que os fitoquímicos do cacau melhoram a secreção da adiponectina uma substância antiinflamatória a qual pode ajudar a reduzir os riscos de diabetes e aterosclerose.

Um outro estudo divulgado no Journal of Agriculture and Food Chemistry atribui ao cacau o poder inibir o mecanismo que faz o nosso organismo estocar ou produzir mais gordura. Esta ação se deve ao chocolate amargo.













sexta-feira, abril 22, 2011

Maçã: a fruta que cuida do nosso sangue


Doenças causadas por má circulação são uma das principais causas de morte no País, porém podemos controlá-las por meio da nutrição funcional, em que ingerimos certos alimentos que podem auxiliar na prevenção de várias doenças, inclusive as cardiovasculares, e um deles é a maçã.


A maçã tem um alto poder antioxidante, ajuda na prevenção do colesterol, é rica em fibras (solúveis), vitamina C e compostos fenólicos.


As fibras influem muito na redução do colesterol, pois elas ajudam a diminuir a quantidade deste no intestino delgado e a absorção dos lipídeos, já os compostos fenólicos atuam na inibição da oxidação da LDL-C e da agregação plaquetária, o que nos protege da arteriosclerose.


Além de prevenir o colesterol, uma dieta que contém maçã, pode reduzir os riscos de doenças pulmonares, cardíacas, asma, diabetes e o desenvolvimento de câncer, além de ajudar a perder peso. Como já dizia Hipócrates: "Faça do seu alimento seu medicamento".

OMEGA-3 NA GESTAÇÃO


A grande maioria dos estudos hoje não mostra relação direta entre dar DHA para a gestante e aumentar capacidade cognitiva e visual das crianças. Entretanto, mostra que a dieta das gestantes dos paises ocidentais tem menos EPA e DHA do que precisa, logo se não conseguir fazer a gestante ingerir na dieta o mínino que precisa, tem que suplementar para conseguir este mínimo.

Outro ponto é que o uso de suplemento de EPA e DHA reduzem o risco da gestante ter eclampsia e diabetes gestacional. O DHA especificamente reduz a depressão pós parto também. Outro ponto é que suplementação do DHA com EPA podem reduzir quadros alérgicos mediados por IgE nas crianças. Outro ponto é que o DHA reduz inflamação pulmonar e infiltração de macrófagos em crianças nascidas pre-termo. A imaturidade pulmonar é o principal fator de morte das crianças nascidas pre-termo. Há trabalho mostrando aumento da taxa de crescimento das crianças (durante os 2 primeiros anos de vida) com suplementação de DHA durante a gestação, principalmente nas populaçãoes cujo consumo dietético é deficiente. E beneficios de suplementação de EPA e DHA em gestação gemelar são muito evidentes na literatura, e necessária.

Nutrição Funcional


A Nutrição Funcional é uma maneira dinâmica de abordar, prevenir e tratar desordens crônicas complexas através da detecção e correção dos desequilíbrios que geram as doenças. Estes desequilíbrios ocorrem devido à inadequação da qualidade da nossa alimentação, do ar que respiramos, da água que bebemos, dos exercícios (a mais ou a menos) e alterações emocionais que passamos.

Estas “inadequações” são consideradas de acordo com a individualidade genética que ocorre em cada um de nós. Vamos a alguns exemplos: enquanto um indivíduo é alérgico a camarão o outro não é. Enquanto para um o café pode gerar dor de cabeça e insônia, para outro não. Enquanto um necessita de mais zinco (ex: 25mg) para produzir ácido suficiente em seu estômago, o outro precisa de menos (ex.: 10mg). Enquanto um precisa de mais ômega 3 para manter os triglicerídeos e o HDL em níveis adequados, o outro precisa de menos.

Da mesma forma que os dados e comandos que colocamos em um computador determinarão o funcionamento desta máquina, as informações que colocamos em nosso organismo, determinarão o seu funcionamento. Os nutrientes (sejam bons ou ruins, equilibrados ou desequilibrados), toxinas, hormônios e neurotransmissores são as “informações” que colocamos em nosso corpo diariamente. Caso você não goste de como sua máquina está funcionando, mude as informações que oferece a ela! Melhor ainda, “contrate” um programador, o nutricionista funcional, para lhe ajudar nesta tarefa!

A Nutrição Funcional considera a interação entre todos os sistemas do corpo, incluindo as relações que existem entre o funcionamento físico e aspectos emocionais.



A Nutrição Clinica Funcional possui cinco princípios básicos:


1) Individualidade bioquímica: Desde pequena(o), você não ouviu sempre dizer que em todo o planeta não há ninguém igual a você? Pois é, todo mundo sabe disso. No entanto, na hora de nos olharmos “por dentro”, em nossa saúde, os profissionais nos tratam como se fossemos todos quase iguais!

A interação de nossa genética única, de nossa alimentação e de elementos ambientais (toxinas, poluentes, estresse mental, atividade física) irão “modular” nosso genes determinando quais “falarão mais alto”, ou quais ficarão “calados”. O que todos desejamos, é "calar" os genes associados a doenças, e "deixar falar” os genes associados à saúde!!!

Este princípio irá nortear à terapia nutricional, que deverá sempre levar em consideração às necessidades individuais, bem como sinais e sintomas apresentados por você. Não podemos esquecer que grande parte da expressão de nossos genes depende do meio ambiente. Assim, podemos apresentar necessidades e carências de acordo com o ambiente em que estamos.


2) Tratamento centrado no paciente: O tratamento é direcionado ao paciente e não a doença, ao oposto da medicina tradicional. Torna-se mais importante saber que paciente tem a doença do que saber que doença o paciente tem. O indivíduo é abordado como um todo, um conjunto de sistemas que se inter-relacionam e que sofrem influências de fatores ambientais, emocionais, alimentares, historia individual de patologias e uso de medicamentos, hábitos de vida e atividade física, por exemplo.


3) Equilíbrio nutricional e biodisponibilidade de nutrientes: Se torna importante a oferta de nutrientes em quantidades adequadas e em equilíbrio com todos os outros, para que haja otimização da sua absorção e aproveitamento pelas células.


4) Inter - relações em teia de fatores fisiológicos: todas as funções de nosso corpo estão interligadas. A teia da Nutrição Funcional considera a inter-relação mútua de todos os processos bioquímicos internos, de forma que um influencia no outro, gerando desordens que abrangem os diversos sistemas. Hoje sabemos, por exemplo, que disfunções imunológicas podem promover doenças cardiovasculares, que desequilíbrios nutricionais provocam desequilíbrios hormonais e que exposições ambientais podem precipitar síndromes neurológicas como a doença de Parkinson. A teia conduz a organização do raciocínio na busca da compreensão dos desequilíbrios que estão nas bases funcionais do desenvolvimento das condições clinicas (i.e. doenças), corrigindo a causa, ao invés de apenas os sintomas genéricos.


5) Saúde como vitalidade positiva: a saúde não é meramente a ausência de doenças, e sim o resultado de diversas relações entre os sistemas orgânicos, por isso devemos analisar os sinais e sintomas físicos, mentais e emocionais que podem estar nas bases dos problemas apresentados.

segunda-feira, abril 11, 2011

Confira alguns ERROS e SUGESTÕES de mudanças para cada perfil, qual o seu????

• Saudável

Erro: você abusa do suco de frutas. Sim, ele é bem mais nutritivo que refrigerante, mas também engorda.

Sugestão: alterne o suco com água e procure diluir mais a bebida.

• Emotiva

Erro: você devora bombons quando está triste, alegre ou ansiosa.

Sugestão: não estoque chocolate em casa nem no trabalho.


• Festiva

Erro: você sucumbe facilmente às frituras para acompanhar o drinque ou o chope.

Sugestão: vá de carpaccio de carne ou de salmão. No máximo, uma isca de filé.



• Ativa

Erro: você come em dobro para compensar as reservas gastas com os exercícios.

Sugestão: dá para comer um pouco mais para repor as calorias, mas uma alimentação saudável.



• Workaholic

Erro: almoçar, para você, só quando a agenda permite.

Sugestão: esforce-se para comer uma refeição de verdade nessa hora. Isso mantém o metabolismo ativo.


• Maníaca por dieta

Erro: você adora fazer dieta, e quanto mais radical ou maluca, melhor.

Sugestão: Adote cardápios equilibrados . Além de emagrecer, os hábitos saudáveis vão ajudá-la a manter o peso.

domingo, abril 10, 2011

EFEITOS DOS EXERCÍCIOS NO EMAGRECIMENTO

Matéria publicada na revista Época em março de 2009 levanta um antigo questionamento da contribuição dos aspectos quantitativos sobre o gasto energético do ser humano em contraste com o consumo energético via alimentação durante o processo de emagrecimento em indivíduos obesos. Tal matéria comenta que a perda de “massa” ocorre quando o corpo ingere menos energia do que gasta, e evidencia que o gasto energético proporcionado pelo exercício físico pode chegar a 25% de um gasto energético diário de uma pessoa fisicamente ativa; porém exercícios que promovam altos gastos calóricos seriam menos indicados a esta população devido à falta de preparo e uma possível associação a co-morbidades interligadas. Entretanto, “reduzir o tamanho do prato” seria um contribuinte muito importante para alcançar os objetivos da manutenção do peso corporal.


Ultimamente as pesquisas vêm apontando a grande importância das alterações metabólicas promovidas pelos aspectos qualitativos da terapia nutricional e dos exercícios físicos, e que muitas vezes contradizem a teoria sobre a importância quantitativa baseados apenas em consumo e gasto energético. O exercício deixou de ser apenas um “gastador de calorias” e passou a ser um importante contribuinte nas alterações fisiológicas funcionais do organismo, no aspecto aeróbico (melhorando a utilização do oxigênio inspirado, promovendo alterações significativas no perfil lipídico e glicêmico, melhorando o trânsito intestinal, e modulando a pressão arterial), e no caráter anaeróbico (mesmo sendo exercícios como esteira, bicicletas, etc, e os de força propriamente ditos), onde promovem manutenção e aumento da massa magra corporal (fator este que interfere indiretamente no gasto energético), melhoram a captação de glicose independente da insulina, previnem lesões, melhoram a saúde óssea, promovem melhorias das atividades diárias funcionais do sistema locomotor e exercem um fator importante no aspecto psicológico, promovendo melhoria da auto estima e resistência a dor.

Do ponto de vista nutricional, a prevalência do aspecto qualitativo é ainda maior, pois a ingestão de alimentos que contenham características funcionais e que exerçam papéis importantes na reversão do quadro clínico característico do obeso, independente de seu valor calórico, é comumente incentivada. Recentes pesquisas revelaram o caráter anti-inflamatório de certos tipos de óleos, castanhas, sementes e frutas ricas em gorduras e polifenóis, que são capazes de prevenir e combater a inflamação causada pela citocinas inflamatórias produzidas pelo próprio tecido adiposo em excesso. Já os alimentos ricos em antioxidantes, encontrados em frutas e sucos, são importantes para promover o equilíbrio do estresse oxidativo causado pelas co-morbidades associadas à obesidade, além de outros benefícios como a melhoria do trânsito intestinal, diminuição da absorção de gorduras e do colesterol sérico, melhora da microbiota intestinal, diminuição do índice glicêmico e oferta de micronutrientes formadores de enzimas. Tais efeitos também são promovidos pelos cereais e grãos integrais, que por sua vez podem até possuir maior valor calórico que seus similares nas versões refinada, diet e light que por outro lado são possíveis causadores de obesidades e inflamações.

Conclui-se então que o monitoramento do balanço energético não deve ser deixado de lado, e sim realizado com base em alimentos que possam conter calorias, porém que sejam acompanhadas de compostos funcionais voltados a individualidade bioquímica de cada paciente e associados às alterações metabólicas funcionais promovidas pelo exercício físico, e não apenas baseado em calorias ditas “vazias” contrabalanceadas com os gastos energéticos dos exercícios.

quarta-feira, abril 06, 2011

Nutrição e Estética - Os alimentos podem retardar o envelhecimento da pele?


O envelhecimento da pele ocorre devido a fatores genéticos e a fatores ambientais, sendo que a alimentação é a opção mais facilmente modificável, que pode auxiliar a combater os radicais livres produzidos pelo estresse do nosso dia-a-dia.

Dependendo do estilo de vida que temos, produzimos cada vez mais radicais livres e o excesso desta produção danifica as células do nosso corpo, inclusive as células da pele, levando ao envelhecimento.

Sendo assim, a alimentação é muito importante para combater o envelhecimento, tanto dos nossos órgãos, quanto da nossa pele. Isto ocorre porque a produção de radicais livres é reduzida quando você retira da alimentação substâncias que aumentam a sua produção, como por exemplo aditivos químicos como corantes, conservantes, emulsificantes, acidificantes e muitos outros, excesso de gorduras saturadas e trans ou ainda alimentos com calorias vazias, ou seja, possuem calorias mas não outros nutrientes benéficos. Estas substâncias são encontradas em grande quantidade em produtos industrializados de uma maneira geral e fast foods.

Além disso, através de uma alimentação adequada, nossas células irão receber os nutrientes que vão neutralizar a ação negativa dos radicais produzidos por qualquer causa, seja pela poluição, excesso de atividade física, estresse, ou mesmo os danos provocados pelos radicais produzidos normalmente pelo nosso organismo. Desta forma a alimentação efetivamente pode diminuir o risco do desenvolvimento envelhecimento precoce.

Além deste benefício, não só a pele ficará mais bonita, assim como haverá um bom funcionamento de todo seu organismo, então, se alimentar bem trará ainda mais disposição e bem-estar e te proporcionará um equilíbrio orgânico em que você se sentirá melhor como um todo, diminuindo o risco inclusive de doenças mais graves como diabetes, doenças cardíacas, câncer, ou mesmo um intestino preso. E este estado vai facilitar uma vida sem estresse e com maior ânimo para práticas esportivas, melhorando ainda mais a saúde e a pele.

Este benefício será proporcionado quando estes alimentos benéficos são ingeridos em equilíbrio nas refeições durante o dia. Isto ocorre porque nosso organismo é dinâmico, portanto devemos nutrir nossas células freqüentemente, ou seja, é importante colocarmos em prática a ingestão de alimentos a cada 3 horas para prevenir também o envelhecimento precoce.

Existem alguns exemplos de alimentos que podem ajudar a nutrir nossas células e diminuir o risco do envelhecimento precoce, lembrando que a melhor opção vai depender de cada indivíduo, portanto, o ideal é procurar o aconselhamento de um nutricionista capacitado. São eles:

- Açaí: Rico em fitoquímicos como as antocianinas e proantocianinas que são importantes antioxidantes. Ingerir de meia a uma porção por dia.

- Aveia: Contém beta-glucanas que diminuem o desenvolvimento da inflamação cutânea, diminuindo o processo inflamatório que eleva o estresse orgânico, produzindo mais radicais livres. Consumir 1 colher de sopa de aveia por dia.

- Chá verde: Riquíssimo em catequinas e polifenóis, melhora a formação de colágeno e inibe o aparecimento de células cancerígenas na pele. Ingerir de 3 a 4 xícaras de chá por dia, de preferência longe das refeições. Evite consumir o chá verde no período noturno pois possui cafeína e pode alterar o sono.

- Gergelim: rico em antioxidantes, diminuindo os danos causados pelos radicais livres na pele. Consumir 1 colher de sopa por dia.

- Soja: Possui isoflavonas que diminuem o processo inflamatório da pele. O extrato de soja também pode aumentar a síntese de colágeno, o que pode retardar o envelhecimento cutâneo. Para garantir todos seus efeitos tem que ingerir 25g de proteína da soja.

- Tomate, goiaba e melancia: ricos em licopeno (confere a coloração vermelha aos alimentos), possui atividade antioxidante e auxilia na prevenção de alguns tipos de câncer. Também diminui o processo inflamatório. Consumir duas porções ao dia, de preferência cozidos ou processados para melhor aproveitamento do licopeno.

Nutrição Clínica Funcional



terça-feira, abril 05, 2011

RAÇÃO HUMANA: REALMENTE TRAZ TODOS OS BENEFÍCIOS?




RAÇÃO HUMANA
Linhaça, gérmen de trigo, aveia, leite de soja, colágeno, açúcar mascavo, castanha do Brasil, amêndoa, gergelim, guaraná em pó, levedo de cerveja e cacau são alguns dos ingredientes mais utilizados no preparo da ração humana.

Recentemente ela vem ganhando destaque, tanto na mídia, como nas prateleiras de lojas de produtos naturais e de supermercados, assim como também, já vem fazendo parte da alimentação de inúmeras pessoas, devido, principalmente, a alegação de seus efeitos sobre a perda de peso.

Mas afinal, quais os reais efeitos dessa mistura de grãos na saúde humana?

Os efeitos propostos pela ração são justificados, entre outros fatores, pela presença de conteúdo significante de fibras dietéticas, responsáveis pela regulação do funcionamento intestinal, controle da glicemia, aumento da saciedade e conseqüente diminuição do peso corporal. Entretanto, algumas pessoas podem ser prejudicadas após consumo constante dos grãos. O glúten que se encontra no trigo e na aveia, frequentemente causa hipersensibilidades causando aumento do número de evacuações e/ ou causando constipação, entre outros sintomas, desfavorecendo a absorção adequada de nutrientes importantes para o bom funcionamento do organismo. Esta hipersensibilidade pode ocorrer também com qualquer outro alimento, principalmente naqueles consumidos diariamente.

Além disso, o consumo da ração humana apresenta outros pontos que devem ser levados em consideração. Em primeiro lugar, ela não respeita a individualidade bioquímica, ou seja, nem todas as pessoas irão se beneficiar ao ingerir a ração. Outras, ainda, poderão apresentar reações alimentares, já que alguns dos componentes da ração humana, como o trigo e a soja, são altamente alergênicos, encontrando-se inclusive entre os primeiros da lista dos alimentos mais alergênicos que se conhecem. E, mesmo nos casos daqueles que não apresentem tais reações, após o consumo da mistura em longo prazo podem vir a desenvolver tais sinais e sintomas indicativos de alergia, como enxaqueca, má digestão, flatulência, intestino irregular, cansaço, indisposição, depressão, etc.

Outro ponto importante é o uso de levedura de cerveja, que está diretamente associado ao aumento do crescimento de fungos, o que pode desencadear o aparecimento da síndrome fúngica e outras doenças associadas.

Os fungos podem ser responsáveis por vários sinais e sintomas muito parecidos com os encontrados em outras patologias, o que dificulta o diagnóstico da síndrome fúngica, além de ser um tratamento longo. As infecções fúngicas podem causar irritação, descamação e rubor na pele, além de prurido, inflamação, bolhas e erupções cutâneas. Eles também podem produzir toxinas, que levam a danos neurológicos como dores, distúrbios de movimento, problemas de equilíbrio e coordenação, falta de memória e de concentração, entre outras disfunções semelhantes a que ocorre na exposição de produtos tóxicos. No trato gastrointestinal pode estar relacionados a enterocolites, doença de Crohn e outras doenças inflamatórias. Também, podem favorecer a disbiose e alergias alimentares. Além disso, os fungos sintetizam subprodutos químicos que podem circular pela corrente sanguínea, atingir os tecidos e causar danos nestes.

Outros estudos ainda mostram os efeitos do consumo da soja em excesso sobre o aumento de mamas em adolescentes do sexo masculino, devido, principalmente, ao aumento de estradiol, hormônio responsável pelo desenvolvimento de características sexuais femininas. E também pode diminuir a produção de espermatozóides. Entretanto, estes dados ainda precisam ser mais bem investigados para chegar a uma conclusão, principalmente quanto a quantidade e freqüência necessária para ter este tipo de reação.

Diante do exposto acima, pode concluir que a ingestão de cereais deve ser feita diariamente, devido aos benefícios da ingestão desses alimentos de forma isolada; contudo, deve haver um rodízio no consumo destes. Lembrando sempre, que os efeitos desses alimentos podem ser potencializados quando consumidos junto de uma dieta individualizada e equilibrada do ponto de vista nutricional.

Nutrição Clínica Funcional - VP

A VELHA HISTÓRIA DAS DIETAS DA MODA

Não é de hoje que são publicadas informações sobre as dietas de emagrecimento. É um tema largamente abordado e presente em reportagens sobre estética, emagrecimento, saúde, propagandas de produtos, entre outros. E na maioria dos casos, elas compartilham uma característica clássica: são MILAGROSAS! Apresentam a idéia de que é possível perder peso de uma forma incrivelmente rápida.


Estranho pensar que ao mesmo tempo em que são divulgadas diversas reportagens sobre emagrecimento e cardápios, a porcentagem de obesidade bem como de doenças crônicas não transmissíveis vem aumentando cada vez mais. A qualidade e aplicabilidade destas informações ficam, assim, questionáveis.

Pesquisas indicam que a obesidade não está limitada a uma região, país ou grupo racial/étnico. É um fenômeno mundial, que afeta ricos e pobres. Entende-se que a busca por esse tipo de informação seja grande, porém, a ausência de controle científico permite que muitas informações sejam simplesmente lançadas, sem necessariamente ter um caráter verdadeiro, o que pode confundir o público leigo.

Emagrecer não é um processo simples ou fácil, nem tão pouco pode ter seu tempo exatamente pré-determinado. O processo de emagrecimento envolve mais do que eliminar a gordura que está em excesso no corpo, elimina também toxinas que até então estavam guardadas – por isso deve ocorrer de uma forma equilibrada e respeitando o ritmo biológico, até que o equilíbrio seja re-estabelecido novamente. É necessário dar ao corpo o que ele precisa, caso contrário ele não consegue trabalhar direito; engordar é apenas um dos pontos que podem surgir a partir de um desequilíbrio inicial.

O nosso corpo é formado por 100 trilhões de células, sendo que 50 milhões são renovadas diariamente. Para que essas células sejam renovadas são necessários nutrientes, que estão presentes nos alimentos. Com esse pensamento é possível entender que se alimentar é extremamente importante durante um tratamento de perda de peso, descartando já a idéia de dietas restritivas. Além disso, o corpo precisa de macro (carboidratos, proteínas e gorduras) e micronutrientes para realizar suas funções e também para permitir o emagrecimento, o que indica que todos os grupos devem também estar presentes em um cardápio com essa proposta. A importância de todos os grupos, apesar de nem sempre aceita ou valorizada, é a mesma, já que trabalham em conjunto. Caso contrário, exemplificando, é como se fosse marcada uma reunião, sem que um faxineiro limpasse a sala, a secretária organizasse a mesa e os membros aparecessem, estando apenas o responsável presente.

Outro ponto comum, apesar de incorreto, é a questão de troca de dieta entre as pessoas. Apesar de compartilharmos todos da mesma informação sobre o número de células, somos seres individuais, ou seja, diferentes uns dos outros. A forma como o organismo de uma pessoa se comporta ou responde a um tratamento é sempre única. Seria possível então o conceito de uma mesma dieta ser boa para todas as pessoas? Pode uma dieta generalizada atender à especificidade das pessoas? É necessário ser levado em conta a questão da individualidade bioquímica.

É importante entender que se engordamos é porque existe algo de errado, sendo que o hábito alimentar é uma das grandes causas. Isso mostra que para realmente trabalhar esse caso, é necessário readequar o hábito alimentar, que por sua vez contribuirá para perda de peso. Esse é o caminho lógico, atuar na causa. Porém o mais comumente observado é que quando se engorda é necessário perder “os quilos a mais”, de preferência de uma maneira rápida. Perder peso deve ser um processo natural e com efeitos de longa duração. De acordo com artigo cientifico “ciclos de perda e recuperação de peso têm mostrado aumentar os riscos à saúde e podem estar relacionados ao desenvolvimento das doenças crônicas não transmissíveis”.

A velocidade do emagrecimento depende também da velocidade do ganho de peso, como também do período em que a pessoa ficou com esse desequilíbrio, e ainda se há ou não desordens associadas, ou seja, do contexto no qual a pessoa está inserida. Sem considerar ainda que uma dieta aleatória e não equilibrada provoca prejuízos no corpo, por depletar reservas de nutrientes importantes como zinco, cobre, magnésio, ácido fólico, vitamina A, D e vitaminas do complexo B, causando, por exemplo, cansaço e resfriados.

Por fim conscientizar os indivíduos sobre a maior importância da saúde em relação à estética, devido ao grande apelo estético visto atualmente, é ponto fundamental. Estudo sobre nutrição conclui: “há necessidade de reflexão acerca da valorização desse ideal de beleza veiculado pela mídia e sua influência nas práticas alimentares, que pode levar à instalação de transtornos do comportamento alimentar”.

Não existem dietas milagrosas. A não ser que o esforço necessário em um tratamento supervisionado de emagrecimento de forma saudável seja considerado um milagre.


Nutrição Clínica Funcional pela VP Consultoria Nutricional/ Divisão Ensino e Pesquisa.



segunda-feira, abril 04, 2011

Nutrição & Tratamento da Celulite

Podemos descrever a celulite basicamente como uma uma inflamação das células, associadas com altreações na circulação, promovendo alterações no tecido adiposo e cutâneo, caracterizadas pelo aparecimento de “buracos”.



Sabemos que muitos fatores dietéticos podem promover um estado inflamatório ou não no organismo. Portanto, devido a característica inflamatória da celulite, a primeira coisa que devemos pensar é em retirar ou ao menos diminuir fatores inflamatórios do nosso organismo, como excesso de gordura trans, gordura saturada (carnes, queijos amarelos, bolachas, sorvetes de creme, etc.), sal, alimentos industrializados, alimentos que não trazem nutrientes (calorias vazias como refrigerantes, balas), carboidratos refinados (pão branco, macarrão refinado, arroz branco, etc), açúcar e excesso de adoçantes.

Outro fator relacionado a alimentação, que aumenta a inflamação do nosso organismo é o consumo de alimentos alergênicos. Preste atenção nos alimentos que você consome diariamente, ou várias vezes por semana, isto pode ser uma dica dos alimentos que podem causar um excesso de inflamação no seu organismo. Alguns dos mais comuns são: leite e derivados, soja, glúten, ovo, chocolate, milho, amendoim, entre outros. Porém, esta questão é muito individual, e por isso o ideal é procurar um profissional qualificado para identificar quais alimentos devem ser evitados.

Além disso, cuidar do intestino é fundamental, pois é este o órgão que inibe a absorção de toxinas e elimina as toxinas que podem prejudicar ainda mais o controle da celulite. Vale lembrar que quando falamos de um intestino saudável, não estamos falando de funcionamento, e sim de integridade, pois podemos ter um funcionamento diário do intestino, mas por outros sintomas percebemos que o intestino não está integro, como pela produção de gases, estufamento, dor abdominal, fezes com cheiro muito forte, fezes sem forma definida ou com muitas fendas e cortes, entre outros.

Deve-se também manter um sistema antioxidante equilibrado, através do consumo diário de alimentos fonte de vitamina C, vitamina E, selênio, manganês e zinco, como as oleaginosas e frutas cítricas. É importante consumir alimentos ricos em potássio, como a linhaça, tomate e a água de coco, que já auxilia também com a hidratação (que deve ser de pelo menos 2 litros por dia, entre água, sucos e chás).

O ômega-3, um ácido graxo presente em grande quantidade na linhaça e nos peixes, é também é um importante nutriente que reduz a inflamação. O açaí - rico em antioxidantes -, o suco de uva ou a própria uva também auxiliam no combate à celulite, pois possuem proantocianidinas além de outros nutrientes antiinflamatórios. Um nutriente que apresenta um potente efeito no tratamento da celulite é o silício, encontrado na aveia e cevada.

ALOPECIA – O que a Nutrição Funcional pode fazer?

Alopecia é a queda ou perda parcial ou generalizada dos cabelos ou pêlos, nas áreas cutâneas em que normalmente se encontram presentes. A perda dos cabelos é um problema estético que afeta proporcionalmente mais homens que mulheres. Apesar de ser considerado um problema cosmético, pode sinalizar problemas clínicos sistêmicos.

Diversos são os fatores que podem iniciar, promover e influenciar o curso da alopecia. A alopecia é uma doença inflamatória, que pode ser causada por diversos fatores, dentre eles destacam-se o stress emocional, crônico e ambiental, bem como traumas físicos ou qualquer situação que estimule o sistema imunológico, como por exemplo, infecções, radiação, febre alta, e exposição aguda aos metais tóxicos. Outros fatores desencadeantes são a puberdade e a menopausa, além de trauma mecânico causado pela utilização de apliques, escovação excessiva ou escovação no sentido inverso ao nascimento dos fios. A seborréia é uma importante e freqüente causa de queda de cabelo, devido ao excesso de lubrificação do cabelo, sendo que a alimentação é um importante fator desencadeante da seborréia, como a ingestão de alimentos ricos em gorduras saturadas e problemas digestivos. Não podemos nos esquecer da alopecia androgenética, que é a calvície de padrão masculina, acometendo 40% a 50% dos homens, causada pelo excesso do metabólito ativo dehidrotestosterona (DHT), que promove a involução no crescimento do folículo capilar.



Dentro das causas clínicas envolvidas com a alopecia incluímos a insuficiência renal crônica, insuficiência hepática, drogas citostáticas, radioterapia, alterações da tireoíde e deficiência de nutrientes, como por exemplo, ferro, zinco ou vitaminas do complexo B, e aminoácidos como a cisteína e a taurina.

Desta forma, uma alimentação saudável, rica em nutrientes antioxidantes pode atuar de maneira efetiva. Existem muitos estudos que relatam sobre o benefício das substâncias antioxidantes e seus metabólitos na pele, mas poucos dados estão disponíveis a alopecia. Dentre os nutrientes estudados, destacam-se a vitamina E, o beta-caroteno e o selênio, que são os maiores antioxidantes nos tecidos corporais. O tratamento com estes nutrientes antioxidantes em pacientes com alopecia pode ser utilizado com o objetivo de diminuir a inflamação dos tecidos da pele e conferir estabilidade nas membranas celulares prevenindo assim a recorrência da queda de cabelo. Além disso, o selênio é importante para a manutenção do sistema imunológico.

A vitamina E está presente em grandes quantidades nas castanhas (amêndoas, pistache, noz, amendoim), além de sementes (semente de girassol) e óleos vegetais. O beta-caroteno está presente em frutas e vegetais de cor amarelo-alaranjada, como a cenoura, mamão, manga, abóbora, etc. As principais fontes de selênio também são as castanhas, principalmente a castanha-do-Pará. Estes alimentos devem ser adicionados como parte de uma alimentação habitual saudável, em associação com outros alimentos benéficos à saúde, que irão promover uma redução da inflamação e a melhora do sistema imunológico. Em alguns casos uma suplementação pode ser necessária, mas vale lembrar que para isso, o nutricionista é o profissional capacitado a identificar as necessidades de cada indivíduo, e indicar os alimentos e suplementos que irão promover o equilíbrio orgânico, e conseqüentemente, atuar no tratamento e prevenção da alopecia.

Dra. Valeria Paschoal

Considerações sobre a matéria publicada na revista Veja: “Saudável é a comida da mãe”

Quem leu a entrevista com o americano Michael Pollan, na revista Veja.do dia 30 de abril de 2008 pode ter ficado com dúvidas sobre a ciência da Nutrição. Este autor escreveu um dos livros mais vendidos que fala sobre alimentação e nutrição, e relata ser radical em sua aversão aos “exageros” da nutrição.

Ao analisarmos as respostas de Michael Pollan, podemos verificar que, na verdade, todas suas críticas são contra o modo de vida ocidental, no que diz respeito à utilização de alimentos industrializados que tentam vender saúde como sem colesterol ou com fibras. Mas a Nutrição não segue apenas estes conceitos! Assim como o autor, a Nutrição Funcional busca uma alimentação similar à praticada pelos nossos antepassados, rica em verduras, legumes, frutas, cereais integrais e orgânicos.

Quando ele afirma que não deveríamos nos pautar unicamente por conselhos de nutricionistas, traz uma grande preocupação em relação ao futuro da saúde da população. Os nutricionistas têm consciência que não é possível seguir “à risca” essa alimentação mais antiga, pois sabemos de todas as questões sociais, religiosas e emocionais que estão ligadas à alimentação. Mas a maioria das pessoas não escolhe os alimentos pela qualidade nutricional, e sim pelos alimentos que mais agradam o paladar, mesmo sabendo que não é a melhor opção. E é exatamente por isso que temos tantas doenças crônicas afetando a nossa população!! As pessoas já têm muito conhecimento sobre alimentação saudável, mas isso não significa que estas colocam estes conceitos na prática e nem que são capazes de fazer suas escolhas alimentares saudáveis sem ajuda de um profissional capacitado. Caso isso fosse real, não estaríamos observando o aumento em escala exponencial da incidência de várias doenças crônicas, inclusive em crianças, que estão associadas aos maus hábitos alimentares. Portanto, é dever do nutricionista orientar e conscientizar a população para cativar o maior número de pessoas à aderir a uma alimentação individual e equilibrada.

O autor cita exemplos contraditórios em relação a muitos aspectos da alimentação, que não são seguidos pela Nutrição. A Nutrição fala em equilíbrio, relação entre nutrientes, individualidade bioquímica, ou seja, não existem alimentos que podemos rotular apenas como “bons” ou “ruins”, pois o que pode ser benéfico para uma pessoa, pode não ser para outra. A industrialização e o fácil acesso aos produtos saborosos e práticos é que fez com que os hábitos fossem perdidos, e não a Ciência da Nutrição.

Existe a dificuldade em estabelecer consensos entre os estudos científicos na Nutrição, mas também em diversas áreas, pois diariamente são encontrados novos achados, novas informações, pois estamos em constante evolução, e isso em hipótese alguma deve ser visto com maus olhos. A evolução do conhecimento e da sociedade depende disso, precisamos de confronto de informações mesmo para que possamos aumentar os nossos conhecimentos. Pois se a cada dia percebemos como antigamente nos alimentávamos melhor, não significa que a ciência seja ruim por ter descoberto isso, pelo contrário, se descobrimos isso, temos que fazer o esforço de recuperarmos certos hábitos e não criticarmos os estudos que descobriram isso.

O autor também relata que a maioria das pessoas não estão doentes, logo, não precisariam se preocupar tanto com escolhas de alimentos. Mas segundo o maior órgão de saúde, a OMS (Organização Mundial de Saúde), classifica a saúde como um estado que vai além da ausência de doenças, e sim o estado de bem estar físico, mental, emocional e até espiritual. Quem não tem uma dor de cabeça, TPM, intestino preso, hiperatividade física ou mental, rinite, sinusite, irritabilidade, azia, má digestão, fraqueza, cansaço, câimbras, entre inúmeros outros sintomas? É difícil encontrarmos pessoas que não precisam se preocupar com a saúde. Obviamente, não queremos ninguém fanático pela nutrição ideal, mas a escolha de alimentos mais saudáveis deve ser sim consciente num primeiro momento até que se torne um hábito, e assim, hábitos saudáveis terão sido recuperados ou aprendidos e esta preocupação não será mais necessária, pois escolhas saudáveis vão ser feitas sem ser percebidas.

domingo, abril 03, 2011

OBESIDADE – O mal do século XXI

Em matéria publicada na revista Veja, o enfoque foi dado para a obesidade e a intensidade com que esta patologia vem se agravando na sociedade. Estudo recente citado pela matéria indica que a presença de excesso de peso, em valores acima dos parâmetros saudáveis recomendados, implica em um risco de 82% maior para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

Considerando que a obesidade é uma doença crônica multifatorial, a mesma está diretamente relacionada com diversos agravos à saúde, incluindo alterações psicológicas, sociais e físicas. Os índices americanos demonstram que pelo menos 20% da população encontram-se acima do seu peso recomendado.

Diversos estudos evidenciam a relação existente entre a obesidade e alterações cardiovasculares, bem como diabetes e alguns tipos de câncer; enquanto que o baixo peso está associado a doenças respiratórias e alguns tipos de câncer, como o que atinge a região pulmonar. Corroborando com a matéria citada, pesquisas indicam estar bem fundamentada a relação direta entre obesidade, sexo, idade e grau de atividade física, sendo mais comum em mulheres, e seu índice aumenta com o avanço da idade.

A matéria ainda cita um fato relevante, onde pesquisas relacionadas com o IMC (Índice de Massa Corporal) demonstram resultados subestimados; sendo assim, o índice atual apresentado pode ser ainda maior e mais preocupante.

Pesquisas destacam que a obesidade vem prevalecendo em ambas as classes sociais, bem como em países desenvolvidos e em desenvolvimento. Fatores contribuintes para este fato incluem o baixo gasto energético, caracterizado pelo sedentarismo, aliado a uma dieta com elevado teor de gordura, açúcares e alimentos refinados, ocupando o espaço dos alimentos ricos em fibras e nutrientes, caracterizando uma dieta hiperlipídica e pobre em nutrientes.

Um fator agravante para o risco cardiovascular é caracterizado pela deposição de gordura na região abdominal, chamada de gordura visceral, sendo o local mais perigoso de deposição de gordura. É comum a obesidade estar aliada à hipertensão, distúrbio nas gorduras séricas (colesterol e triglicerídeos elevados), doenças como aterosclerose e ainda fatores psicossocias. Quando estes fatores estão aliados, caracteriza-se então a Síndrome Metabólica, a qual vem tornando-se cada vez mais freqüente em pessoas com excesso de peso.

Dados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), de 2002-2003, indicam uma prevalência e tendência ao excesso de peso, índices preocupantes que indicam um aumento de peso nas últimas três décadas analisadas. Estatísticas semelhantes são encontradas em diferentes regiões brasileiras e em todas as classes sociais, caracterizando a severidade do problema. Como já citado, porém é importante destacar, na pesquisa realizada identifica-se um elevado consumo de açúcares e gorduras em contrapartida a um baixo consumo de verduras, frutas e fibras.

Estimativas preocupam ainda mais ao destacar que metade das crianças obesas, tornar-se-ão adultos com excesso de peso e, possivelmente, irão desenvolver alguma das doenças associadas ao sobrepeso.

** Texto elaborado pela Dra. Mayara Zagonel Souza, aluna bolsista do curso de Pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional pela VP Consultoria Nutricional/ Divisão Ensino e Pesquisa.

Chocolate - Afinal, devemos consumir?

O chocolate, produzido a partir da massa do cacau (Theobroma cacao), açúcar (sacarose), manteiga de cacau, substâncias flavorizantes e outros compostos como leite e oleaginosas, pode trazer benefícios à saúde humana. No antigo México já utilizavam o chocolate com finalidades medicinais.

Este alimento apresenta conteúdo significativo de gorduras, mas há uma distribuição muito interessante entre os tipos de gorduras. Por exemplo, encontram-se gorduras monoinsaturadas (consideradas boas) e gorduras saturadas (consideradas ruins quando consumida em excesso). Então, afinal, será que este conjunto tem um efeito positivo ou negativo?

Estudos indicam que o consumo regular de chocolate, principalmente o amargo, por possuir altas concentrações de compostos bioativos como flavonóides e polifenóis, podem exercer diversos efeitos benéficos à saúde, como neutralizar os radicais livres do nosso organismo, reduzir as concentrações do colesterol ruim e aumentar o colesterol bom, além de reduzir a pressão sanguínea, contribuindo para a prevenção de doenças do coração, sendo esta uma das doenças que mais atingem as populações que seguem um padrão alimentar ocidental.

Por outro lado, já foram realizados estudos que identificaram que indivíduos que consomem diariamente chocolate possuem risco maior de desenvolver menor densidade mineral óssea, ou seja, torna as pessoas mais propensas ao desenvolvimento de osteoporose. Isso provavelmente se deve a alguns fatores como: presença de cafeína (mas ainda não foi conclusivo), presença de oxalato (que inibe a absorção de cálcio), presença de cacau e açúcar (pois aumenta a concentração de insulina no sangue, que faz aumentar a excreção de cálcio pela urina). Foi identificado que o consumo de 100g de chocolate amargo pode aumentar em 147% a excreção de cálcio pela urina. Porém mais estudos são necessários para investigar esses efeitos.

Outro tema interessante relacionado com este alimento é o fato de muitas pessoas sentirem compulsão por chocolate, é o chamado craving, em que os indivíduos têm motivação intensa e periódica de consumir a substância que deseja. Já foi até comparado com o vício por drogas, pois possui substâncias biologicamente ativas relacionadas com sensações psicológicas.

As pesquisas indicam o chocolate como um alimento promissor, indicando um efeito positivo com quantidades de apenas 38g ao dia. Entretanto, apesar de diversos benefícios hoje em dia estudados, o consumo diário ou freqüente de chocolate não deve ser indicado a todos os indivíduos. Inclusive porque dependendo de fermentação e de outros processos de industrialização, algumas substâncias podem ser perdidas, diminuindo ou perdendo seus benefícios. Portanto, uma indicação acompanhada por um nutricionista que poderá tirar melhor proveito dos benefícios deste alimento deve ser realizada para identificar qual opção melhor se encaixa em cada caso. Vale lembrar ainda que todos os efeitos benéficos são atribuídos ao chocolate amargo, que contém uma maior concentração de cacau associada a menor teores de açúcar e gordura. Hoje já há no mercado produtos com maior concentração de cacau, que devem sempre ser preferidos.

CONSUMO DE CÁLCIO E OBESIDADE

O cálcio é extremamente importante para o organismo, pois age como mensageiro no nosso corpo, o que permite que as células respondam a diversos estímulos. Além disso, faz parte da mineralização óssea, ativa enzimas e auxilia na hidrólise (quebra) de nutrientes, participa da contração muscular e também auxilia no tratamento e prevenção da obesidade. As principais fontes de cálcio são: gergelim, amêndoas, melado, soja, vegetais verdes folhosos escuros, tofu, feijões, brócolis entre outros.

O cálcio está relacionado com o controle do peso corporal da seguinte forma: o aumento do consumo de cálcio diminui o hormônio PTH e a vitamina D, substâncias essas que diminuem a concentração de cálcio dentro da célula facilitando a quebra de gordura corporal, e auxiliando o emagrecimento. Assim como o contrário é verdadeiro, a deficiência de cálcio pode levar a formação de gordura corporal.

Outro fator que pode fazer com que o cálcio intracelular favoreça o acúmulo de gordura é a deficiência de magnésio, sendo que a maioria das pessoas consome poucas fontes deste mineral (presente na semente de abóbora, amêndoas, avelã, castanha-do-Brasil, caju, tofu, amendoim, nozes, pistache, melado, semente de girassol, chocolate sem açúcar, acelga cozida, alcachofra inteira cozida, espinafre, feijão preto, quiabo, etc.) Mas cuidado, todo excesso é prejudicial, inclusive de cálcio, pois o excesso pode levar a problemas renais e desequilíbrio com outros minerais, prejudicando a saúde como um todo.

É importante lembrar também que o emagrecimento depende de inúmeros fatores. Por exemplo, o leite de vaca que muitas pessoas usam pra obter cálcio, está bastante associado com hipersensibilidade alimentar, apesar de a maioria das pessoas não saber que possuem esta sensibilidade. O consumo deste alimento e seus derivados pode estar associado com rinites, sinusites, bronquites, celulites, dores de cabeça, depressão entre outros, em pessoas sensíveis. Nestes casos temos o aumento da inflamação no organismo que leva a um estado conhecido como resistência à insulina, que prejudica o emagrecimento. Assim, apesar de conter cálcio, em pessoas com hipersensibilidade o cálcio do leite não terá esse efeito benéfico na regulação do peso corporal. Portanto, a individualidade bioquímica deve ser avaliada por um nutricionista capacitado, e é neste sentido que a Nutrição Funcional vem trabalhando.

Algumas dicas para aumentar o consumo e a absorção de cálcio:
- Diminuir a ingestão de sal: cada 500mg de sódio, excretam 10mg de cálcio e 1g de sódio excreta de 20 a 40 mg de cálcio.
- Não consuma proteínas em excesso: cada grama de proteína excreta 1,75mg de cálcio.
- Cuidado com o excesso de gordura: pode aumentar excreção de cálcio.
- Excesso de cafeína: diminui a retenção de cálcio no organismo de pessoas com dieta pobre em cálcio e aumenta a excreção de cálcio em mulheres na menopausa.
- Evitar ingerir fontes de cálcio com excesso de ferro porque estes nutrientes interagem entre si, diminuindo a absorção do cálcio.
- Evitar consumir fontes de oxalato, por exemplo, o chocolate, no mesmo horário que as fontes de cálcio, pois eles se ligam e são excretados nas fezes, diminuindo seu aproveitamento.
- Tenha uma alimentação equilibrada, pois a ação em conjunto dos nutrientes é que vai fazer o cálcio ser bem aproveitado e realizar suas funções.

DESMISTIFICANDO A DIETA DE DESTOXIFICAÇÃO

Na primeira quinzena de janeiro, a versão digital do jornal Folha de São Paulo publicou em seu site uma notícia sobre as dietas de desintoxicação “que prometem livrar o organismo de agrotóxicos e melhorar o metabolismo”. Segundo especialistas de diversas áreas consultados pela reportagem, esse tipo de dieta “não passa de enganação”.

Porém, é importante destacar que as dietas criticadas pelos especialistas são caracterizadas por restrições alimentares severas (muitas vezes à base apenas de líquidos), são de curta duração e possuem combinações nutricionais inadequadas. Em longo prazo, podem até provocar deficiências nutricionais importantes.

Contrariamente, a Nutrição Funcional preconiza a dieta de destoxificação, que é bem diferente (tanto em qualidade como em quantidade) dessas dietas da moda que preconizam a desintoxicação. Essa dieta só é aplicada após uma anamnese nutricional detalhada, composta por histórico de saúde e doença, avaliação do consumo alimentar, avaliação antropométrica e avaliação de todos os sinais e sintomas apresentados pelo paciente – ferramentas que indicam a necessidade da aplicação da dieta e permitem ao profissional identificar os alimentos que precisam ser retirados.

O fígado é um dos principais órgãos do corpo humano e possui importante função no processo de biotransformação de toxinas ou substâncias biologicamente ativas. Ele entra em ação para transformar essas substâncias, normalmente de característica lipídica, em substâncias hidrossolúveis – forma química que permite a eliminação pela urina, fezes e bile. Esse processo é necessário para que as substâncias não se bioacumulem no organismo e promovam efeitos prejudiciais à saúde. Esse processo de destoxificação ocorre em todas as células, porém principalmente no fígado e intestino, de maneira contínua.

O estilo de vida atual, bem como as condições do meio ambiente, expõe o organismo humano a diferentes tipos de toxinas diariamente, exigindo um ótimo processo endógeno de destoxificação. Além dessas toxinas ambientais, diversas substâncias presentes nos alimentos também podem agir como xenobióticos, tais como agrotóxicos, hormônios, substâncias alergênicas, aditivos alimentares, entre outros. Nesse sentido, diferentemente do que exposto na reportagem supracitada, alguns alimentos podem ser tóxicos, tanto em grandes como em pequenas quantidades.

Considerando que os hábitos alimentares se perpetuam ao longo dos anos e os indivíduos consomem determinados tipos de alimentos com bastante frequência e por longos períodos, em alguns momentos da vida pode ser necessária a aplicação da dieta de destoxificação. Porém, essa dieta deve obrigatoriamente ser individualizada e supervisionada por um profissional nutricionista capacitado, que tenha profundos conhecimentos sobre Nutrição Funcional.

É importante destacar que essa conduta nutricional tem como objetivo retirar da alimentação diária os principais alimentos que podem ser prejudiciais para o indivíduo, bem como excluir temporariamente outros alimentos que são consumidos com muita frequência, como por exemplo, carne vermelha, açúcares, laticínios, alimentos industrializados ricos em aditivos químicos, incluindo alimentos enlatados, embutidos e refinados, além de refrigerantes e sucos artificiais.

Em contrapartida, diversos outros alimentos são incluídos na dieta diária, tais como arroz integral, sucos naturais, muitas frutas, saladas variadas cruas, legumes cozidos, diferentes tipos de leguminosas, ovo, entre outros. Essa inclusão se faz necessária, pois o processo de destoxificação adequado é totalmente dependente de diversos nutrientes, que devem ser obtidos por meio de uma alimentação nutricionalmente completa. Em alguns casos, somente sob supervisão, a suplementação nutricional pode ser necessária. É fundamental também uma adequada ingestão de líquidos, já que a maioria das reações químicas do metabolismo orgânico ocorre em meio aquoso.

Ainda, o profissional nutricionista irá determinar o tempo de duração da dieta, fazendo um acompanhamento rigoroso, e também irá supervisionar e orientar a alimentação após esse período, fazendo a reintrodução gradual dos alimentos retirados, acompanhando os sinais e sintomas apresentados pelo paciente.

Assim, a dieta de destoxificação, quando seguida adequadamente, promove importantes efeitos benéficos à saúde!

Referências Bibliográficas

PASCHOAL, V.; NAVES, A.; FONSECA, A.B.P.B.L. Nutrição Clínica Funcional: Dos princípios à prática clínica. VP Editora, 2008.