quarta-feira, maio 18, 2011

A BOA DIETA DA ENERGIA



A edição nº 2152 de 2011 da revista Isto é publicou a matéria “A boa dieta da energia”, relatando que em tempos de correria e rotina extenuante, a disposição e ânimo são duas coisas que todos buscam atualmente e, para isso, a ciência pesquisa constantemente quais são os alimentos para aumentar a vitalidade e aprimorar a performance do corpo e da mente.

Algumas questões foram abordadas na matéria com relação à identificação de compostos nos alimentos para aumentar a energia e que, embora os grupos de nutrientes apresentem o mesmo benefício, o fazem por caminhos diferentes e alguns com ação mais direta.

O magnésio foi um dos nutrientes abordados com grande importância devido ao processo de transformação do açúcar presente na circulação sanguínea em energia. Além de inúmeras outras funções, o magnésio está envolvido no metabolismo da glicose e secreção de insulina e a sua deficiência está associada ao aumento da resistência periférica à insulina, o que prejudica a entrada de glicose para a célula e, por isso, há consequente queda da energia. A fadiga também pode ocorrer pela deficiência deste mineral, uma vez que se houver déficit de magnésio, além de não ativar a bomba cálcio/magnésio, também não será possível ativar a bomba de sódio/potássio.

Além do magnésio, outros nutrientes foram abordados na matéria. Eles estão entre os que mais contribuem para a formação de energia, como selênio, ferro, zinco, sódio, potássio, cálcio, vitamina C e vitaminas do complexo B.

O zinco é um componente da insulina, atuando como regulador de sua atividade, além de participar da formação da hemoglobina, proteínas, replicação de ácidos nucleicos e divisão celular. É importante no exercício físico, pois auxilia na redução do lactato. A fadiga, além de estar envolvida com os níveis de cálcio e magnésio, pode ser também decorrente da formação de lactato, que ocorre quando há déficit de nutrientes antioxidantes (como zinco e selênio) e vitaminas do complexo B, principalmente em pessoas sedentárias ou que fazem pouca atividade física. Com relação ao selênio, os principais sintomas de deficiência são as dores musculares, fadiga e a fraqueza muscular.

O ferro é um nutriente essencial na formação de hemoglobina e mioglobina; sendo assim, sua deficiência afetará o transporte de oxigênio, causando sintomas como tonturas, dor de cabeça, falta de concentração e irritabilidade, assim como fadiga muscular devido à falta de oxigenação do músculo. Para maior absorção do ferro, a vitamina C entra como principal agente nesta função, pois aumenta a biodisponibilidade do ferro não heme, presente em alimentos de origem vegetal.

As vitaminas do complexo B são essenciais para o metabolismo dos carboidratos, atuando na conversão da glicose em energia e na manutenção dos tecidos nervosos, função e transmissão nervosa. Elas também participam na conversão de ácidos graxos, proteínas, enzimas e hormônios e, por isso, os sintomas comuns da deficiência de vitaminas do complexo B são cansaço generalizado, falta de disposição e fraqueza muscular.

De fato, cada um destes nutrientes é importante, assim como todos os outros, tendo em vista que nenhum nutriente age isoladamente, mas em sinergia, para que desempenhe sua função adequadamente.

A ingestão de carboidratos com regularidade, principalmente os ricos em fibras (que possuem uma absorção mais lenta, não deixando que a glicemia caia abruptamente), também foi abordada na matéria como um dos fatores que auxiliam no aumento da energia e disposição. A hidratação também é um fator preponderante, principalmente para os praticantes de atividade física, pois a desidratação além de ocasionar efeitos prejudiciais à saúde, também promove a queda do desempenho na atividade.


As alternativas disponíveis no mercado, consideradas energéticas, exigem muita cautela. Um exemplo é a cafeína, que em doses excessivas, pode provocar nervosismo e taquicardia, além de prejudicar a absorção de nutrientes que são responsáveis por promover energia e disposição.

A matéria abordou também os efeitos do nitrato dietético, já que um estudo realizado no Instituto Karolisnka, na Suécia, mostrou que o nitrato pode melhorar a capacidade mitocondrial. O nitrato é um ânion inorgânico abundante em vegetais, sendo convertido in vivo em óxidos de nitrogênio bioativos, incluindo óxido nítrico, que é um vasodilatador. Os autores avaliaram os efeitos do nitrato inorgânico sobre a função mitocondrial basal e o consumo de oxigênio em voluntários saudáveis. Os resultados demonstraram que o nitrato dietético reduz o custo de oxigênio durante o exercício físico, mas o mecanismo ainda é desconhecido. Estes achados podem ter implicações para doenças de fisiologia do exercício e de estilo de vida que envolve as mitocôndrias disfuncionais, o que explica os benefícios do consumo de vegetais.
Ao analisarmos a denominada “boa dieta da energia” da matéria, podemos concluir que ter uma alimentação balanceada, rica em fibras, vitaminas e minerais, de acordo com as necessidades e estilo de vida de cada um, ainda é o melhor caminho para ter qualidade de vida. Ou seja, complicamos tanto uma questão tão básica. A população está perdendo a simplicidade de uma alimentação saudável, buscando alimentos de “última geração”, light ou diet, com promessas “tentadoras”, ou talvez tudo muito prático, porém repleto de sódio, gorduras e aditivos químicos que promovem uma saúde cada vez mais fragilizada e dias com pouca disposição e ânimo para realizar as atividades rotineiras.
Vale mais a pena investir um pouco do seu tempo para preparar uma alimentação o mais natural possível, evitando o excesso de alimentos industrializados, tendo sempre à mão frutas para os lanches, pois na hora da fome, o que tiver pela frente será bem-vindo. O corpo vai agradecer em forma de energia!

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