domingo, dezembro 04, 2011

CONSUMO DO LEITE DE VACA: MITOS E REALIDADES




Atualmente, um dos produtos mais presente no hábito alimentar do ocidental é o leite e seus derivados. A aceitação do leite como alimento completo existe desde a nossa primeira refeição. Entretanto para podermos observar os efeitos do leite de vaca no nosso organismo devemos dissociar a ação do leite materno e do leite “não materno”, sendo esse o maior limitante para uma análise racional.

O leite materno é o alimento mais perfeito que existe no mundo. Sua composição é específica e sutilmente modificada de acordo com a necessidade do lactente13.

Em todos os mamíferos, os nutrientes e, em especial, as proteínas do leite produzido são para estimular, nesta espécie, o melhor crescimento e desenvolvimento orgânico e funcional.

Quanto mais evoluímos e a tecnologia nos oferece mais conhecimentos específicos sobre a composição e as funções do leite materno, mais esforço é despendido em relação ao aleitamento materno pelo maior tempo possível, onde já foram comprovados os inúmeros benefícios que isto trará para o resto da vida do bebê10, 11.



O leite materno é um líquido rico em gordura, proteína, carboidratos, minerais, vitaminas, enzimas e imunoglobulinas que protegem contra várias doenças. O leite materno é composto por 87% de água, sendo que os 13% restantes são uma poderosa combinação de elementos, fundamentais para o crescimento e desenvolvimento da criança, além de prepará-la adequadamente para aceitar e utilizar os alimentos que serão introduzidos gradualmente, a partir de um mecanismo imunológico perfeito, desenvolvido a partir das substâncias presentes no leite materno14. O leite humano é rico em leucócitos e anticorpos que protegem o bebê contra infecções e alergias, possue fatores de crescimento que aceleram a maturação intestinal, também previnindo alergias e intolerâncias. É rico em vitamina A que previne e/ou reduz a gravidade de algumas infecções e previne doenças oculares causadas por sua deficiência14. Além disto, um estudo na Suécia sobre a ação da caseína dos leites humano e de vaca, demonstrou que a caseína presente no leite humano é um dos componentes que ajuda a proteger as crianças contra infecções gastrintestinais, impedindo a adesão de más bactérias como a H. Pylori às células da mucosa intestinal humana, enquanto o mesmo não ocorreu com a caseína do leite de vaca9.


O leite de vaca também contém fatores imunológicos de ótima qualidade, mas para o bezerro. Esses fatores só funcionam para a mesma espécie. Mesmo que alguns destes fatores possam funcionar, serão destruídos pela armazenagem e fervura do leite14.


É importante analisarmos os nutrientes que constituem o leite materno e o leite de vaca para entendermos alguns paradoxos que existem em relação ao leite de vaca.


O leite materno é rico em ácidos graxos de cadeia longa, importante para o desenvolvimento e mielinização do cérebro. Ácido araquidônico e linoléico, fundamentais na síntese de prostaglandinas, existem em maiores concentrações no leite humano do que no leite de vaca14.

O principal açúcar do leite materno é a lactose porém, mais de 30 açúcares já foram identificados no leite humano, como a galactose, frutose e oligossacarídeos, com ação bifidogênica comprovadamente muito maior do que os do leite de vaca14.



O que mais diferencia o leite de vaca do humano, e por isso mesmo mais transtornos pode causar ao ser humano, é a composição de proteínas e o desequilíbrio entre os minerais.



As proteínas do leite humano são estruturais e qualitativamente diferentes das do leite de vaca. No leite humano, 80% do conteúdo proteico é de lactoalbumina. No leite de vaca esta mesma proporção é de caseína. A relação proteína do soro/caseína do leite humano é de 80/20, a do leite bovino é 20/8014.



A baixa concentração de caseína no leite humano resulta em uma formação de coalho gástrico mais leve, com flóculos de mais fácil digestão e com reduzido tempo de esvaziamento gástrico14. Além disso, o leite bovino contém a betalactoglobulina, uma proteína que não existe em leite humano e é comprovadamente a mais alergênica do leite de vaca para o ser humano, principalmente por não termos enzimas que digerem esta proteína.



Diversos estudos já demonstraram existir mais de 25 frações proteicas alergenicas em leite de vaca.





O leite humano também contém maiores quantidades de aminoácidos essenciais de alto valor biológico, como a cistina, e aminoácidos como a taurina que não tem em leite de vaca, e que são fundamentais para o crescimento e desenvolvimento do sistema nervoso central. Isto é particularmente fundamental para os prematuros que não possuem enzimas necessárias para a formação da taurina14.



O leite de vaca ainda possue 3 vezes mais proteína que o leite humano, sendo chamado por alguns estudiosos de “carne líquida” 14, porém acidificando o pH sangüíneo e sobrecarregando o rim, quando consumido em alta quantidade e, ao contrário do que se imagina, aumentando a excreção urinária de cálcio.





Outro fator de desequilíbrio no leite bovino é a quantidade de cálcio que é 3 vezes maior que no leite materno, porém com desequilíbrio entre os minerais necessários para uma real utilização do cálcio, prejudicando sua biodisponibilidade. Isto não acontece no leite humano cuja quantidade e proporção de cálcio e dos demais minerais como magnésio, boro, manganês, facilitam a sinergia dos mesmos gerando uma utilização adequada e evitando microcalcificações15,17. A maior parte dos alimentos vegetais, que são boas fontes de cálcio, tem uma proporção parecida com a do leite humano e uma sinergia com os demais nutrientes necessários para sua biodisponibilidade15,17.



Em um estudo em Cambridge, Reino Unido, com 926 bebês que foram acompanhados por 5 anos, foi demonstrado que quanto maior o tempo de consumo do leite materno, maior o nível de mineralização óssea aos 5 anos, com uma diferença de até 38% em relação aos que receberam fórmulas infantis, apesar das mesmas terem uma proporção maior de cálcio12.



Tabela de Comparação do leite materno com outros leites



De: OMS/CDR/93.6



LEITE E DERIVADOS  & ALERGIAS E HIPERSENSIBILIDADES

Inúmeros estudos demonstram a relação de leite e derivados com processos alérgicos por diversos mecanismos imunológicos3, ou seja alergias mediadas por IgE, clássica e normalmente com reações imediatas, porém essas são 1 a 2% das alergias alimentares, sendo a maior porcentagem em crianças até 3 anos.


A maior porcentagem das alergias alimentares são tardias e mediadas por IgG, principalmente, podendo desencadear sintomas de 2 horas a 3 dias após o contato com os alérgenos, sendo portanto de dificil diagnóstico18. Entre os alimentos mais alergênicos, o leite de vaca é o mais freqüente. Essa relação até já é feita pela maior parte dos profissionais da área da saúde atentos às causas das doenças, porém costuma-se ligar mais a intolerância à lactose. Sem dúvida esta intolerância é comum e pode desencadear transtornos funcionais gastrintestinais locais e por conseqüência também sistêmicos. Porém, não é a maior causa de doenças sistêmicas desencadeadas pelo leite de vaca. A maior relação dos derivados de leite com as alergias tardias se deve ao fato do organismo não digerir a beta-lactoglobulina. A caseína (80%), alfa-lactoalbumina e lactoglobulina são de dificuldade digestiva, principalmente a caseína.


As proteínas alergênicas dos lácteos provocam uma inflamação na mucosa intestinal causando alteração na permeabilidade da mesma, facilitando a passagem de macromoléculas e metais tóxicos, alé de favorecer a má absorção de nutrientes, gerando uma síndrome de má absorção. Como a mucosa intestinal é produtora de substâncias como serotonina, hormônios, enzimas digestivas, sua alteração prejudicará as funções executadas por essas substâncias que seriam produzidas e liberadas para a circulação para uma ação no organismo.



Além disso, as macromoléculas que conseguiram atravessar esta mucosa intestinal alterada, podem provocar uma reação do organismo no sentido de combatê-las pois são entendidas como antígenos (substâncias estranhas ao organismo), necessitando ser eliminadas. Para isso, além da ação dos fagócitos, poderá existir a formação de anticorpos e estímulo do sistema do complemento, havendo liberação de histaminas e de outros autacóides (substâncias quimicamente ativas), agregação plaquetária, além da produção de outras substâncias pró-inflamatórias como leucotrienos, citocinas etc18. Todas estas reações em conjunto, podem desencadear sintomas em diversos órgãos alvo (órgão de choque), podendo se manifestar por alterações físicas, mentais e/ou emocionais.

Diversos estudos comprovaram a relação de alergia tardia3,18, principalmente à leite de vaca com otite5, dermatite, rinite6, sinusite, bronquite asmática6, amigdalite, obesidade16, aumento da resistência à insulina, aumento na formação de muco, gastrite, enterocolite, esofagite, refluxo, obstipação intestinal2, enurese, enxaqueca8, fadigas inexplicáveis, artrite reumatóide7, falta de concentração4, hiperatividade (ADHD)4, dislexia, ansiedade e até mesmo depressão18.

No processo alérgico tardio, a histamina é liberada em pequena quantidade, não desencadeando sintomas alérgicos imediatos, porém, em quantidade pequena tem ação de relaxante cerebral16, dando sensação de conforto e relaxamento, ligando o alérgeno ingerido primeiramente ao prazer, muitas vezes gerando vício, e não aos problemas que ele trará depois de um tempo variável. Os sintomas tardios são relacionados com a necessidade de maior formação de imunocomplexos (em pequena quantidade nem sempre provoca sintomas alterados), e uma queda da serotonina16, levando à sensação de ansiedade, vontade de comer carboidrato, falta de saciedade, etc. Outro fator que pode gerar vício ao alimento sensibilizante é a fermentação que a microbiota poderá fazer da caseína, da beta-lactoglobulina (e também do glúten), produzindo substâncias que ocupam o lugar de aminas biológicas como serotonina, modificando o comportamento, podendo levar a sintomas como hiperatividade, excitação, e depois de um tempo variável à ansiedade e até mesmo depressão, porém, mais uma vez levando ao vício pelo fato de num primeiro momento gerar prazer. Estas substâncias são chamadas de exorfinas, já que tem origem externa ao organismo.



É importante entender que o processo alérgico tardio não se manifesta pela presença da substância alergênica e sim pelo consumo regular da mesma, normalmente em detrimento de uma nutrição adequada, gerando processos somatórios que favorecem o desencadeamento dos sintomas alergicos.


BIODISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES


O desequilíbrio entre cálcio e magnésio também favorece sintomas de carência de magnésio como cãimbra, dores musculares, inchaço, dor de cabeça, cólica, tensão muscular, taquicardia, osteoporose, aumento da resistência à insulina entre outros, principalmente quando se acha que ao tomar um iogurte ou uma bebida láctea colorida, já comeu “também” a fruta, ou seja, aumento do consumo de lácteos e baixo consumo de frutas, legumes e verduras.



Além dos fatores já discutidos, a fermentação (por más bactérias e comensais) de proteina e gordura mal digerida, vai favorecer um pH alcalino no intestino que prejudica o desenvolvimento e a manutenção das boas bactérias e dimimue a absorção de minerais. Já no sangue, o consumo de proteína, gordura, açúcar, leite e derivados mantém um pH ácidificado, dificultando a ação e utilização dos minerais, inclusive do cálcio, ao mesmo tempo que aumenta sua excreção renal.



A fermentação de legumes, verduras e frutas (por boas bactérias e comensais) mantém um pH ácido intestinal, prejudicando o desenvolvimento de más bactérias e favorecendo a absorção do cálcio e dos outros minerais necessários para um bom funcionamento orgânico, inclusive manutenção da massa óssea.



No sangue, o metabolismo de legumes, verduras e frutas mantém o pH levemente alcalino, ideal para que as reações orgânicas aconteçam, favorecendo a biodisponibilidade do cálcio e, conseqüentemente, sua fixação no osso, já que não precisa ser usado como tampão dos íons ácidos vindos da dieta1.



O maior problema do consumo de alta quantidade de cálcio, sem o equlíbrio com os demais nutrientes, principalmente o magnésio, é a possibilidade de microcalcificações a partir do cálcio circulante que não conseguiu fixar-se no osso, causando artrite, bursite, cálculos, nódulos, esporão,etc15,17.



É bom lembrar que para fazer o queijo, normalmente se concentra cerca de 10 vezes o leite, concentrando ainda mais as proteínas alergênicas e o cálcio, em detrimento do magnésio.



O pH normal do sangue varia entre 7,3 e 7,4, sendo levemente alcalino. É nesta faixa que as funções orgânicas podem ter um “ótimo” desempenho.



Pelo processamento que os alimentos sofrem durante a digestão, podem gerar substâncias alcalinizantes ou acidificantes.

São alcalinizantes as frutas, os legumes e as verduras, na sua maioria.

São acidificantes o leite, o açúcar, as carnes, a cafeína, as gorduras, o álcool e aditivos químicos contidos em alimentos industrializados.



Se o pH sangüíneo estiver ácido precisará ocorrer uma adaptação do organismo para equilibrar o mesmo. Além de gerar um estresse, ocorrerá uma maior excreção urinária de cálcio1.



Para a prevenção e mesmo tratamento da osteoporose, tão importante quanto a ingetão de boas fontes de cálcio e de todos os nutrientes que agem em conjunto com o mesmo, é a não ingestão ou o baixo consumo do que diminue a absorção do cálcio ou que aumentem a sua excreção urinária e fecal, como cafeína, álcool, aditivos químicos e excesso de: sal, açúcar, proteína, gordura, fitatos e oxalatos17.



Se analisarmos todas estas questões em conjunto, iremos percerber que o maior problema não está no consumo de leite e sim no alto consumo (consciente ou não) do mesmo e de seus derivados, em detrimento de alimentos fontes dos outros minerais necessários para o equlíbrio orgânico. Esse desequilíbrio facilita as reações alérgicas, intoxicação e transtornos funcionais, inclusive osteoporose.



Há poucas décadas atrás o consumo do leite fazia parte da alimentação das pessoas em pequena quantidade (aproximadamente 1 copo por dia). Não existiam essa enormidade de produtos industrializados e a alimentação era mais natural e rica em nutrientes, além de ser valorizada e priorizada, com muito menos estresse físico, mental e emocional, havendo um equilíbrio orgânico muito maior que possibilitava o organismo se defender de substâncias estranhas à ele.



A própria qualidade do leite sofreu modificações com a necessidade de utilizar recursos pró-produtividade como hormônios (hormônio de crescimento bovino), antibióticos (tratamento de mastites), pasteurização, manutenção de bactérias resistentes aos antibióticos, bactérias mortas, metabólitos dos medicamentos, etc. A discussão desses fatores, por si só, é assunto de um outro artigo, mostrando as possíveis interferências dos mesmos, que poderiam passar para o organismo humano pelo leite de vaca, aumentando os riscos de interferência na saúde e do potencial imunoestimilante que poderão desencadear.



Hoje em dia existe um consumo direto até menor do leite, porém extremamente aumentado dos seus derivados. Pior ainda é o consumo do leite utilizado nos produtos industrializados sem, na maior parte das vezes, sabermos que os mesmos estão presentes. O leite é uma fonte de proteína e gordura barata, por isso serve de insumo em quase todas as áreas da indústria alimentícia.



Teoricamente a manteiga não causaria os mesmos problemas dos outros derivados do leite por ser composta basicamente de gordura, tendo na sua composição ácido butírico que ajuda a previnir crescimento de fungos e cândida. Ainda na sua composição tem o CLA que, entre outras funções ainda em estudo, ajuda a manter a saciedade.



É importante observar que não é por acaso que os países onde o consumo de laticínios per capita é alto, também são altos os índices de obesidade, câncer e osteoporose. O inverso é verdadeiro. Países com baixo consumo per capita de laticínios como Japão, China e outras regiões asiáticas, tem os menores índices de obesidade, câncer e osteoporose.



Depois desta análise, fica claro que existe sim uma radicalização: a do consumo polarizado de leite e derivados em detrimento de alimentos naturalmente mais saudáveis e equilibrados nutricionalmente.



Talvez a resposta para a longevidade com qualidade de vida esteja em hábitos alimentares com menos produtos industrializados e aditivos químicos e o retorno ao consumo de alimentos mais saudáveis dados de presente pela “mãe” natureza, incluindo o consumo de leite de vaca, porém em quantidades equilibradas para cada um, respeitando a nossa capacidade de defesa e uma individualidade bioquímica, na qual as pessoas lidam de maneira diferente com os mesmos alimentos.

PARA ENTENDER MELHOR ESSA ALERGIA AO LEITE DE VACA,  PROCURE UM NUTRICIONISTA FUNCIONAL.



Artigo escrito pela  minha querida professora da Pós graduação em Nutrição Funcional
Dra. Nut. Denise Carreiro



Referência Bibliográfica


1- New A.S., et al. Dietary influences on bone metabolism: further evidence of a positive link between fruit and vegetable consumption and bone health? Am. J. Clin. Nutr. 2000;71:142-51.
2- Iacono,G. MD, et al. Chronic constipation as a symptom of cow milk allergy. The Journal of Pediatrics.1995; 126 (1): 34-39.
3- Gaby, A.R., M.D., The role of hidden food allergy/intolerance in chronic disease. Alt Med Rev, 1998; 3(2): 90-100.
4- Boris M, Mandel F.S. Foods and additives are common causes of the attention deficit hyperactive disorder in children. Ann Allergy, 1994; 72:462-468.
5- Nsouli, TM, Nsouli, SM, Linde, RE, et al. Role of food allergy in serous otitis media. Ann Allergy,1994; 73:215-219.
6- Ogle KA, Bullock JD. Children with allergic rhinitis and/or bronchial asthma treated with elimination diet. Ann Allergy, 1977; 39:8-11
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9- Stromqvist M, Falk P, Berstrom S, Hanson L, Lonnerdal B, Normark S, Hernell O - Human milk k-casein and inhibition of Helicobacter pylori adhesion to human gastric mucosa. Journal of Pediatric Gastroenterology and Nutrition, 1995; 21: 228-298.
10- Saarinen UM and Kajosaari M - Breastfeeding as prophylaxis atopic disease: a prospective follow-up study until 17 years old. The Lancet, 1995;346: 1065-1069.
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13- Ctenas, MLB, Vitolo, MR.Crescendo com Saúde: o guia de crescimento da criança. São Paulo: C2 Editora e Consultoria em Nutrição Ltda, 1999.
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15- Murray, M. T. Encyclopedia of nutritional supplements. Rocklin: Prima Health,1996. 488p.
16-Lin, R. Y., Schwartz, L. B., Curry, A. et al. Histamine and tryptase levels in patients with acute allergic reactions: Na emergency department-based study. J.Allergy Clin. Immunol. 106(1 Pt 1): 65-71, 2000.
17-Rena, RJM. A Mulher e a Osteoporose: Como prevenir e controlar. São Paulo: Iátria, 2003.
18- Brotoff, J, Gamlin, L. Food allergies and food intolerance. Bloomsbury: Vermont, 2000. 414p.

AVALIAÇÃO FUNCIONAL

 INTRODUÇÃO

Hipócrates, o pai da medicina, que viveu na Grécia há 2400 anos atrás, afirmava que as doenças originavam-se da natureza e por ela poderiam ser curadas, através de um equilíbrio com o meio ambiente, os alimentos ingeridos e com a paz de espírito.

A alimentação é um dos fatores comportamentais que mais influencia a nossa qualidade de vida. Um dos hábitos mais arraigados do ser humano é sem dúvida, o hábito alimentar, que pode ser influenciado por crenças e modismos, muitas vezes sem respaldos científicos atualizados.

Nos últimos 30 ou 40 anos, nossos hábitos sofreram grandes transformações. Nos alimentamos de forma diferente, respiramos um ar diferente, estamos em contato com substâncias sintéticas que nem existiam até então. Nos movimentamos cada vez menos e ainda somos obrigados a absorver cada vez mais informações e a lidar com emoções e desafios constantes no nosso dia a dia. Nosso sistema digestivo e neurológico, em conjunto com o sistema imunológico, estão em sobrecarga.

Todas essas mudanças foram rápidas demais para o tempo que o nosso organismo precisaria para se adequar a estes novos costumes. Podemos amenizar alguns fatores ambientais e/ou emocionais porém sempre com várias limitações. Devemos, então, interferir nos hábitos e processos alimentares para efetivamente nutrir a célula, inclusive, dando suporte para os fatores que pouco podemos interferir.

A qualidade da nossa alimentação tem nos causado problemas funcionais pois, diversas vezes, temos que lidar com excessos de substâncias estranhas, ao mesmo tempo que sofremos com a insuficiência de nutrientes essenciais para executar nossas funções orgânicas, inclusive de defesa, gerando desequilíbrios físicos, mentais e emocionais.

A evolução da ciência da Nutrição nos mostra, cada vez mais, como os nutrientes, presentes naturalmente nos alimentos, formam nossas células e nos fazem funcionar em todos os níveis. Com base em mais estes conhecimentos, somando a alimentação adequada, a inclusão freqüente de alimentos funcionais e quando necessária a suplementação nutricional, conseguiremos efetivamente nutrir a célula e deixar que ela, naturalmente, execute suas funções, prevenido doenças e promovendo saúde, que é o nosso maior objetivo.

Existem certos conceitos que já se perderam em função do tempo e de informações conflitantes, que nos atropelam no dia a dia e muito mais nos confundem do que nos esclarecem quanto às boas regras da alimentação.

Hoje em dia os tratamentos de saúde são mais voltados para os sintomas ( doenças ) do que para as suas causas, sejam elas alimentares, hereditárias, ambientais, iatrogênicas etc. Vários fatores, em conjunto ou isoladamente, podem estar causando os sintomas da doença, e se as causas básicas não forem detectadas, o paciente vai apenas amenizar temporariamente os sintomas e, às vezes, até trocar de sintoma, porém, não resolverá o problema. São os tratamentos voltados para a doença e não para o indivíduo que a desenvolveu.

NUTRIÇÃO CLÍNICA FUNCIONAL

Os nutrientes presentes nos alimentos são a fonte natural de matéria prima para a formação, manutenção e reestruturação celular.

Sob o aspecto celular, o que somos hoje não é o que fomos há 1 ano atrás e nem o que seremos daqui há um ano. Nosso organismo é formado por 100.000.000.000.000 (cem trilhões) de células e destas, 50 milhões são substituídas diariamente4, conseqüentemente a matéria prima que fornecemos para esta formação celular é determinante do resultado que teremos. Cada célula do organismo precisa de, pelo menos, 45 nutrientes conhecidos para desempenhar sua função.

A maneira como os nutrientes tornam-se parte integrante do nosso organismo e contribuem para o seu funcionamento depende dos processos bioquímicos e fisiológicos que determinam suas ações.

A simples ingestão do alimento não garante que seus nutrientes estarão biodisponíveis, isto é, que estes nutrientes possam estar disponíveis para serem utilizados pelas células. Para que isso realmente ocorra, é fundamental que além de uma quantidade e qualidade ideal de "matéria prima", também existam condições químicas e fisiológicas ideais para o alimento ser quebrado, os nutrientes resultantes dessa quebra serem absorvidos, transportados, e utilizados pelas células do organismo. Também é necessário, que os produtos resultantes deste processo, que não serão utilizados pelo organismo, consigam ser excretados, assim como as substâncias tóxicas que possam ter sido ingeridas junto aos alimentos.

Se uma dessas etapas do metabolismo não funcionar direito, mesmo com uma alimentação adequada, o organismo apresentará carências nutricionais e, conseqüentemente, funcionais. Pois, na medida em que faltar matéria prima para o organismo, algumas das suas funções serão prejudicadas. A utilização do alimento pelo organismo depende de um processo que envolve:

Ingestão, Digestão, Absorção, Transporte, Utilização e Excreção.

PRINCÍPIOS DA NUTRIÇÃO FUNCIONAL:

- Individualidade bioquímica
Tratamento centrado no paciente e não na doença
Equilíbrio nutricional & Biodisponibilidade dos nutrientes
Interferência de fatores externos na saúde orgânica
Saúde como vitalidade positiva e não simplesmente como ausência de doenças: Equilíbrio Físico, Mental e Emocional

ANAMNESE FUNCIONAL:

Didaticamente, a anamnese será apresentada em tópicos e as questões levantadas, embora sejam comuns a vários tópicos, serão feitas uma só vez e analisadas em conjunto para os fins necessários.



Individualidade Bioquímica

Segundo o Dr Roger j. Williams, Ph.D., individualidade bioquímica é:
“Um conjunto único de fatores genéticos de um indivíduo que controla seu metabolismo, suas necessidades nutricionais e suas sensibilidades ambientais”6.

Essa individualidade bioquímica irá nortear uma terapia para cada paciente, e a relação nutricionista/paciente é essencial e determinante para detectar e atuar efetivamente nos processos que estão desequilibrando o paciente em questão.

A anamnese funcional é uma ferramenta utilizada para avaliar todos os processos que determinam e que influenciam o quadro atual do paciente.

Tratamento centrado no paciente e não na doença
A hereditariedade é importante na história do indivíduo, porém, a expressão de um gene depende 70% a 75% da influência do meio ambiente, sendo determinada, portanto, pelo fenótipo. Segundo o Dr Jeffrey S. Bland, Ph.D., autor do livro Genetic Nutritioneering: as interferências ambientais, nutricionais e comportamentais modificam a expressão de um gene2.
O levantamento da história familiar de morbidades e longevidade, da história pessoal de patologias e medicamentos utilizados freqüentemente, da exposição ao ambiente e tipo de trabalho do indivíduo, dos seus hábitos alimentares, sinais e sintomas clínicos (desenvolvidos no passado e atualmente), hábitos de vida (fumo, sono, drogas...), atividade física e estresse mental e ou emocional dão uma característica individual aos sintomas desenvolvidos por este paciente e nos orientam a tratar as causas destes sintomas.

Equilíbrio nutricional & Biodisponibilidade dos nutrientes
Ingestão, Digestão, Absorção, Transporte, Utilização e Excreção.

Alimento não é caloria, é matéria prima que também fornece energia. A quantidade e a qualidade da composição da nossa alimentação, assim como a biodisponibilidade dos nutrientes, determinam o funcionamento adequado do organismo em todos os níveis.

Os nutrientes agem em conjunto, sendo que, um depende da presença do outro para que a sua ação seja efetiva. Portanto, o que pode desequilibrar a alimentação são os excessos e/ou as carências nutricionais.

Como os nutrientes, em geral, agem em conjunto, a carência de qualquer nutriente essencial, mesmo aquele necessário em quantidades irrisórias, pode determinar a alteração do equilíbrio geral do organismo. É o que diz a “lei do mínimo”: o nutriente que está em menor quantidade, proporcionalmente, determina o desempenho total do organismo6.


Ingestão: O que, quando, como, quanto e com o que comer.

Avaliar a qualidade e a quantidade dos alimentos ingeridos, intervalo entre as refeições, a frequência de consumo, monotonias alimentares, combinações, preferências, aversões e ingestão hídrica, nos darão indicadores do equilíbrio nutricional (excessos e/ou carências de nutrientes). Permitirão, também, a avaliação da ingestão freqüente de substâncias químicas, agrotóxicos, nicotina, poluentes ambientais, metais pesados; excesso de cafeína, açúcar refinado, álcool, estresse oxidativo ( falta de matéria prima antioxidante e excesso de oxidantes); consumo freqüente de alergenos alimentares e facilitadores de endotoxinas (por ex. intestinais, como nitrosaminas). Todas estas substâncias poderão desencadear o aparecimento de mediadores como: eicosanóides, citocinas, histaminas (e outros autacóides), espécies reativas de oxigênio e nitrogênio (EROs e ERNs), assim como desequilíbrios na formação e na ação de hormônios, neuropeptídeos e neurotransmissores, promovendo desequilíbrios orgânicos que podem se traduzir em condições clínicas patológicas.

Nas ultimas décadas, houve um aumento da oferta da variedade de alimentos, porém, com uma redução na qualidade nutricional destes, causadas por vários fatores cujos principais são:

-Empobrecimento da quantidade de nutrientes do solo;
-Forte presença de produtos químicos nas lavouras;
-Contaminação das águas, tanto para irrigação quanto para o consumo;
-Perda nutricional causada por armazenamento, transporte e manuseio impróprios;
-Perda de nutrientes e contaminação química causadas pela industrialização dos alimentos;

Em paralelo, nosso organismo sofreu modificações neste período, passando a exigir uma maior quantidade de nutrientes para lidar com os desequilíbrios gerados por situações como:

-Poluição ambiental;
-Estresse físico e emocional;
-Maior consumo de alimentos com fatores antinutricionais;
-Maior consumo de alimentos industrializados.

Atualmente, existem mais de 2000 substâncias químicas sendo utilizadas nos alimentos industrializados. Estas substâncias podem causar reações adversas no nosso organismo, principalmente se consumidas com freqüência.
Estes aditivos são classificados pelas seguintes funções: acidulantes, antioxidantes, antiumectantes, aromatizantes, conservantes, corantes, estabilizantes, espessantes, umectantes e uma grande utilização de Glutamato Monossódico para realçar o sabor dos alimentos.

Digestão:

Avaliar os fatores que podem interferir na quebra dos alimentos, como por exemplo: a mastigação; o meio ácido gástrico (diminuição da produção e/ou diluição do ácido clorídrico, ou utilização de medicamentos como omeprazol que inibe a produção de ácido clorídrico); produção e ação adequada das enzimas digestivas (salivares, gástricas, intestinais e pancreáticas) e do ácido bilear, bicarbonato; e estresse (aumento de liberação de adrenalina).

Sintomas como: flatulência, erutação, azia, queimação, sensação de “empachamento”, estufamento, “digestão parada”, dores e inchaços abdominais indicam uma má digestão dos alimentos. O entendimento dos fatores que estão causando este processo determinará o tratamento.


Absorção:

É necessário avaliar os fatores que poderão interferir na absorção dos nutrientes ingeridos, como por exemplo:

- Mastigação. A quebra e digestão dos alimentos começa na boca, e só haverá absorção adequada com mastigação adequada. A boa mastigação estimula a continuidade da digestão no estômago (que não tem “dentes”), pois os alimentos chegam mais fracionados e facilitam a ação das enzimas gástricas.
- A ingestão de líquidos com a refeição e na primeira hora após a mesma, além de “empurrar” o alimento, causa uma diluição do meio ácido gástrico necessário para a ação das enzimas digestivas, absorção dos nutrientes e destruição de bactérias nocivas ao nosso organismo.
- Comer rápido, estressado ou nervoso, por exemplo, aumenta a liberação de adrenalina que prepara o organismo para “lutar ou fugir”, desviando o sangue para as extremidades do corpo e inibindo a digestão e conseqüentemente a absorção dos nutrientes.
- A ingestão de drogas que interferem na absorção dos nutrientes e/ou aumentam sua excreção.
- A presença de fungos e parasitas pode causar inflamações e infecções intestinais que geram transtornos de absorção1.
- O equilíbrio entre as boas e más bactérias do sistema digestório, que evita a disbiose intestinal, é necessário para a saúde orgânica funcional. A boa flora intestinal é importante para: aumentar a absorção dos nutrientes; ativar o sistema imunológico; combater as más bactérias (por competição e por produção de antibióticos naturais); manter integridade da parede intestinal; produzir vitaminas como vit K, vit B12, vit B5, Vit B6, ácido fólico e biotina; produzir ácidos graxos de cadeia curta; melhorar o processo digestivo; combater a Helicobacter pylori; promover uma ação anti-cancerígena; regular o colesterol e auxíliar o tratamento de alergias alimentares.
- A manutenção da integridade da parede intestinal é fundamental para a seleção natural dos nutrientes que serão absorvidos, e para a inibição da absorção de macromoléculas estranhas ao organismo. Esta integridade da mucosa intestinal é necessária também para a produção de várias substâncias, feita pelos enterócitos, como: enzimas digestivas, hormônios e vários neurotransmissores, inclusive serotonina, que conferem ao intestino a condição de “segundo cérebro”. O intestino é o único órgão que contém um sistema nervoso capaz de medir reflexos na total ausência de informações do cérebro ou da medula espinhal. O número de neurônios neste sistema entérico é de cerca de 100 milhões, quase o mesmo que em toda medula espinhal.

A integridade funcional do intestino também é fundamental para o sistema imunólogico, pois componentes da mucosa intestinal como IgA secretora, tecido linfóide intestinal (GALT) e células efetoras como macrófagos, mastócitos e linfócitos (¼ das células do intestino)5 atuarão intensamente no combate às substâncias estranhas ao organismo, inclusive alimentos mal digeridos. O intestino é um dos principais órgãos que atuam na detoxificação do organismo3. É também o sistema que mais está exposto ao meio ambiente (250m2)4 e, portanto, é mais sensível às substâncias agressivas, além de ser dotado de uma enorme capacidade de selecionar os nutrientes necessários ao funcionamento do organismo e impedir a absorção dos seus agressores. Daí a importância da integridade fisiológica e funcional deste sistema.

Portanto, sem saúde intestinal não existe equilíbrio funcional.

Transporte

A carência proteica (comum em vegetarianos restritos ou em algumas cirurgias da obesidade) pode facilitar a diminuição de proteínas transportadoras e, mesmo se houver uma ingestão adequada de vitaminas e minerais, estas não serão transportadas até a célula.

Utilização

É muito comum pensarmos em carência de cálcio quando se trata de osteoporose. Porém, muitas vezes, o que realmente ocorre é uma falta de utilização do mesmo, gerada pela carência dos nutrientes que agem em conjunto com o cálcio e são necessários para a fixação do mesmo no osso. Apesar de haver uma quantidade suficiente de cálcio, e as vezes até em excesso, ele não consegue ser utilizado pelo osso e ainda pode ser acumulado em tecidos moles ou até mesmo formar cálculos. Portanto, através da avaliação de hábitos alimentares e de todos os fatores já comentados teremos maior probabilidade de tratarmos as causas do problema e, no caso do exemplo acima, evitar que o paciente seja tratado apenas com uma suplementação de cálcio e vitamina D, que mais prejudicam do que resolvem o processo.

Excreção

Os produtos resultantes do metabolismo, que não serão utilizados pelo organismo e/ou qualquer substância que possa causar danos orgânicos (xenobióticos), sejam elas originadas externamente ou internamente, precisam ser excretados. Além da avaliação de uma excreção adequada via urinária, fecal, trato respiratório e pele, também é determinante a integridade dos órgãos de detoxificação, principalmente, do fígado e do intestino.

A detoxificação é o processo biológico pelo qual o organismo transforma xenobióticos, originários de fontes externas ou internas, em substâncias que possam ser excretadas. Embora a detoxificação possa ser feita em todos os tecidos e órgãos, o principal deles é o fígado2, seguido pelo intestino.

Existem vários nutrientes que dão suporte à detoxificação. Quanto mais substâncias estranhas ao organismo forem absorvidas, e quanto menos houver suporte nutricional adequado, maiores as possibilidades de intoxicação orgânica e conseqüentes desequilíbrios funcionais.

Interferência de fatores externos na saúde orgânica

O meio no qual o indivíduo vive, a poluição ambiental, o estresse (físico, mental e emocional), o tipo de trabalho exercido por ele, a exposição regular à metais tóxicos (chumbo, mercúrio e cádmio por exemplo), entre outros fatores, precisam ser analisados, pois irão interagir com o organismo e influenciar o seu funcionamento. A individualidade bioquímica faz com que as reações orgânicas, diante dos mesmos fatores, sejam diferentes de uma pessoa para a outra e até para a mesma pessoa em momentos diferentes.

Saúde como vitalidade positiva e não simplesmente como ausência de doenças: Equilíbrio Físico, Mental e Emocional

A análise de sinais e sintomas físicos (intestino preso/diarréia, azia, dor de cabeça, cansaço, dores musculares, queda de cabelo, língua branca, aftas, infecções recorrentes etc), mentais (falta de concentração, de memória, hiperatividade mental etc) e emocionais (ansiedade, depressão, irritabilidade etc), aliada a todos os outros fatores analisados nos permitirão entender melhor as causas e as interrelações entre as mesmas. A partir desta avaliação, conscientizar o paciente e orientá-lo de maneira efetiva para uma mudança no processo que determinará os resultados, tratando os problemas já existentes, promovendo a saúde integral e previnindo doenças, otimizando o seu potencial genético.

Nut.  Denise Carreiro

Referência Bibliográfica



1- BAKER, S.M. Detoxification and Healing: The Key to Optimal Health. New Canaan: Keats Publishing, 1997.
2- BLAND, Jeffrey. S. Genetic Nutritioneering. Illinois: Keats Publishing, 1999.
3- HAAS, E. M. The Detox Diet: A How-to & When-to Guide for Cleansing the Body. Berkeley: Celestial Arts, 1996.
4- GUYTON, A.C., HALL, J.E. Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenças.Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A, 1997.
5- Matricardi PM. Infections preventing atopy: facts and new questions. Allergy 1997;52:879-882.
6- WILLIAMS, Roger John. Biochemical Individuality: The Basis for the Genetotrophic Concept.
New Canaan: Keats Publishing, 1998. Previously published: 1956

terça-feira, novembro 22, 2011

QUER EMAGRECER?

Qual a forma mais saudável de emagrecer?


Escolha uma das alternativas  abaixo , depois leia os textos:


Cirurgia bariátrica?   (   )

Fórmulas pra emagrecer? (   )

Reeducação alimentar + atividade física ?  (    )






                                                        CIRURGIA BARIÁTRICA



 Na Edição da revista VEJA , outubro de 2007 , apresenta informação sobre o que acontece com pacientes que se submetem “ Cortar, costurar e emagrecer”, ou seja : A cirurgia do estômago, que começou a se propagar na virada da última década, trouxe uma solução para a obesidade que parecia definitiva. Indicada apenas para casos extremos, com fatores de risco ainda muito altos (2% de mortes, 10% de complicações pós-operatórias), a redução significava, de um lado, cuidados para sempre – comer muito pouco, conviver com náuseas e diarréias – e, de outro, a possibilidade de perder algumas dezenas de quilos e não voltar a engordar. Afinal, como ganharia peso uma pessoa com capacidade estomacal reduzida para o equivalente a uma xícara de café? Passados quase dez anos e cerca de 80.000 cirurgias, as primeiras estatísticas de longo prazo feitas no Brasil mostram que a cirurgia bariátrica, como é chamada pelos médicos, não é, infelizmente, uma solução mágica. Segundo dados do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, um terço dos pacientes recuperou em sete anos bem mais peso do que o esperado. Destes, 5% a 10% voltaram a ser obesos mórbidos, aqueles cujo índice de massa corporal fica acima de 40, quando o desejável é entre 18,5 e 25. "A obesidade é uma doença crônica. A cirurgia é um artifício para controlá-la, mas os mecanismos metabólicos, psicológicos e sociais envolvidos são muito resistentes. O paciente precisa ser acompanhado pelo resto da vida", diz o cirurgião do aparelho digestivo Thomas Szegö, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica em São Paulo.


Ex-obesos que passam pela redução de estômago engordam de novo porque aprendem a enganar o próprio organismo e voltam a fazer o que sempre fizeram: comer demais. "A maioria tem essa volúpia por comer, que a cirurgia nem sempre muda. Aos poucos, eles vão descobrindo os alimentos que dão prazer e que são facilmente digeridos. Percebem que, mesmo sendo pouco de cada vez, conseguem comer o dia inteiro", explica Arthur Garrido, um dos pioneiros nas cirurgias de estômago e chefe do Grupo de Estudos da Cirurgia da Obesidade Mórbida do Hospital das Clínicas. A técnica usada em 85% das cirurgias no Brasil é o chamado bypass gástrico: o estômago é separado em dois pedaços, um bem maior (chamado "ex-estômago"), que fica ocioso, apenas produzindo sucos gástricos, e um pequeníssimo, com capacidade para 20 mililitros, ligado por uma alça diretamente ao intestino delgado. Nessa ligação é colocado um anel de silicone que restringe ainda mais a capacidade de ingestão de alimentos. A pessoa é obrigada a comer pouquíssimo, mastigar muito bem e engolir com cuidado.


Como se burla tanta restrição? Com tudo o que se esfarela, é líquido ou pastoso: salgadinho de pacote, biscoito, sorvete, creme de leite, leite condensado, sopa, amendoim, bebidas alcoólicas. A compulsão alimentar é tão poderosa que algumas pessoas submetidas à cirurgia conseguem alargar ou até romper o anel restritivo. "Pela minha experiência, 80% dos operados saem do hospital com estômago capaz de receber 20 mililitros de alimentos e, depois de alguns anos, a capacidade já subiu para cerca de 100 mililitros", diz o endocrinologista Geraldo Medeiros. Além do padecimento físico e psicológico, a reincidência na obesidade pode levar à segunda cirurgia, igualmente sem garantia de sucesso. O crítico literário Rodrigo Gurgel, 47 anos, de São Paulo, pesava 230 quilos quando fez a operação, em 2001. Perdeu 100 quilos em um ano, mas voltou a engordar. "Passava os dias beliscando. Bolo com café, por exemplo, vai que é uma maravilha", diz Gurgel. Em 2003 foi operado de novo e seu peso se estabilizou, mas no último ano engordou e está com 160 quilos. Gurgel voltou à luta dos cuidados e acompanhamentos – quer ser, pelo menos, "um obeso mais saudável".




PS:       O paciente que se submete a cirurgia bariátrica , e após a cirurgia não  faz uma reedução alimentar e não pratica  atividade física,  ele tem grande chance de engordar tudo novamente. 
              O absurdo  é que hoje em dia existem pessoas que estão comendo pra alcançar o IMC acima de 40  ,   pra fazer  essa cirurgia .  Muitos preferem comer bastante e engordar , algumas vezes,  +10kgs  pra fazer a cirurgia ,  do que emagrecer  apenas 20 kgs sem cirurgia e chegar ao seu peso ideal.
              As pessoas estão deixando de ser saudáveis ,podendo emagrecer com  uma dieta funcional e exercício,  e passam a ser doentes, pois  quem faz cirurgia bariátrica  necessita de suplementação o resto da vida  muitos sentem  nauseas , diarréias  e  tem um quadro severo de anemia.



 

                FÓRMULAS PRA EMAGRECER




     Muito se tem discutido a respeito das drogas utilizadas no tratamento da obesidade. Muitos especialistas são contra o uso de certas drogas, bem como, alertam para o abuso que muitos indivíduos, ou mesmo profissionais não-especialistas, andam cometendo.
     É comum que uma pessoa que deseja emagrecer procure a farmácia em busca de uma solução rápida, como se tomar determinado “remédio” fosse o necessário para alcançar o seu peso ideal achando que, se deu certo com um “colega” dará também consigo. Porém, por trás dessa ilusória rápida perda de peso, se escondem efeitos colaterais e insucesso.
     É claro, hoje, entre os especialistas, e várias pesquisas já mostraram isso, que somente o uso de drogas para emagrecer não é suficiente para uma perda de peso permanente, saudável e eficiente.
     A obesidade é multifatorial e num plano para perda de peso devem estar envolvidos: mudança nos hábitos alimentares, atividades físicas e uma equipe de apoio ( nutricionistas, médicos, profissional de educação física).
     O medicamento bastante usado para o emagrecer,  é a sibutramina  onde os  efeitos colaterais são batante severos:


- Boca seca;


- Apetite elevado ;


- Náusea;


- Gosto estranho na boca;


- Estômago irritado;


- Constipação;


- Insônia ou sonolência;


- Tontura;


- Dores menstruais;


- Dor de cabeça;


- Dor nas articulações;


- Elevação da pressão sanguínea.


Todos sabem que qualquer medicamento apresenta efeitos colaterais, o importante é ter o acompanhamento médico desde o início do tratamento.


Os efeitos colaterais a seguir são pouco comuns porém sérios, e requerem atenção médica imediata: arritmia cardíaca, parestesia, alterações mentais e no humor. Sintomas que requerem atenção médica urgente são: ataque apoplético, problema para urinar, dor no peito, hemiplegia, visão anormal, dispnéia e edema.


Contra-indicações da sibutramina


- Condições psiquiátricas como bulimia, anorexia, depressão profunda ou manias pré-existentes;


- Hipersensibilidade ao medicamento;


- Pacientes menores de 18 anos;


- Tratamentos com outros inibidores ou antidepressivos;


- Hipertensão não controlada;


- Hipertensão pulmonar;


- Lesões em válvulas cardíacas;


- Doença coronária;


- Insuficiência cardíaca;


- Arritmia séria;


- Infarto do miocárdio anterior;


- Infarto ou ataque isquêmico transiente;


- Hipertiroidismo;


- Mulheres grávidas ou lactantes


Aspectos farmacológicos da sibutramina


Sibutramina é inibidor de reabsorção de neurotransmissores que ajuda a elevar a saciedade ao inibir a reabsorção da serotonina em 73%), norepinefrina (em 54%) e dopamina (em 16%). Sibutramina foi aprovada pelo FDA (órgão norte-americano que regula medicamentos) como remédio para emagrecer para tratamento da obesidade em Novembro de 1997






PS:    Além dos efeitos colaterais que a sibutramina causa , 90% dos meus pacientes que chegam no consultório com "obesidade"  já tomaram   sibutramina ,   realmente é assustador como eles relatam que conseguiram engordar 2 x   mais que antes de tomar o remédio, são pacientes bastante ansiosos, com hipertensão , e alguns ainda relatam depressão.




 FICOU CLARO QUE : 

 A CIRURGIA BARIÁTRICA NÃO RESOLVE O SEU PROBLEMA , SEM A REEDUCAÇÃO ALIMENTAR E O EXERCÍCIO?


 AS FÓRMULAS MILAGROSAS NÃO RESOLVEM  O  SEU PROBLEMA , SEM REEDUCAÇÃO ALIMENTAR E EXERCÍCIO?


ENTÃO PQ NÃO COMEÇAR  LOGO PELA REEDUCAÇÃO ALIMENTAR E O EXERCÍCIO??????




REEDUCAÇÃO ALIMENTAR E ATIVIDADE FÍSICA


 A atividade física e a alimentação saudável é a combinação perfeita para bons resultados, tanto no âmbito estético quanto na melhora da qualidade de vida de um indíviduo.



Engana-se quem acha que só praticar atividade física ou só aderir a uma reeducação alimentar já está fazendo o bastante. É claro que quando praticamos apenas um dos dois já estamos melhorando em 50% nossa forma de viver.


Quando nos alimentamos bem, temos todos os nutrientes necessários para um bom metabolismo orgânico (funcionamento do corpo) e estamos assim nos prevenindo de doenças oportunistas, doenças adquiridas de maus hábitos de vida alimentar. Mas ainda falta um algo a mais que é justamente a atividade física.


Quando praticamos atividade física, colocamos em movimentos todos os músculos de nosso corpo, além de liberarmos substâncias de bem estar em nosso organismo e consequentemente melhorarmos nosso humor.


À s vezes, nos preocupamos com o número de calorias que o alimento nos oferece e esquecemos de verificar o valor nutritivo do mesmo.


Daí a necessidade de nos informarmos melhor antes de iniciarmos uma atividade física sem uma reeducação alimentar e vice-versa.




Consulte sempre um profissional qualificado , NUTRICIONISTA  para tirar suas dúvidas sobre reeducação alimentar.

                                                                                                            

                                                                                                    Karine Paz
                                                                                           Nutricionista Clínica Funcional
                                                                                                



























OBESIDADE O MAL DO SÉCULO

Num tempo em que as formas esguias e os músculos esculpidos constituem um avassalador padrão de beleza, o excesso de peso e a obesidade transformaram-se na grande epidemia do planeta. Nos Estados Unidos, nada menos de 97 milhões de pessoas (35% da população) estão acima do peso normal. E, destas, 39 milhões (14% da população) pertencem à categoria dos obesos. O problema de forma alguma se restringe aos países ricos.

Com todas as suas carências, o Brasil vai pelo mesmo caminho: 40% da população (mais de 65 milhões de pessoas) está com excesso de peso e 10% dos adultos (cerca de 10 milhões) são obesos. A tendência é mais acentuada entre as mulheres (12% a 13%) do que entre os homens (7% a 8%). E, por incrível que pareça, cresce mais rapidamente nos segmentos de menor poder econômico.

O inimigo, desta vez, consiste num modelo de comportamento que pode ser resumido em três palavras: sedentarismo, comilança e stress. Estamos vivendo a era da globalização de um modo de vida baseado na inatividade corporal frente às telas da TV e do computador, no consumo de alimentos industrializados, cada vez mais gordurosos e açucarados, e num altíssimo grau de tensão psicológica.

A obesidade é o maior problema de saúde da atualidade e atinge indivíduos de todas as classes sociais, tem etiologia hereditária e constitui um estado de má nutrição em decorrência de um distúrbio no balanceamento dos nutrientes, induzindo entre outros fatores pelo excesso alimentar. O peso excessivo causa problemas psicológicos, frustrações, infelicidade, além de uma gama enorme de doenças lesivas. O aumento da obesidade tem relação com: o sedentarismo, a disponibilidade atual de alimentos, erros alimentares e pelo próprio ritmo desenfreado da vida atual.

A obesidade relaciona-se com dois fatores preponderantes: a genética e a nutrição irregular. A genética evidencia que existe uma tendência familiar muito forte para a obesidade, pois filhos de pais obesos tem 80 a 90% de probabilidade de serem obesos.

A nutrição tem importância no aspecto de que uma criança superalimentada será provavelmente um adulto obeso. O excesso de alimentação nos primeiros anos de vida, aumenta o número de células adiposas, um processo irreversível, que é a causa principal de obesidade para toda a vida.

Hoje, consumimos quase 20% a mais de gorduras saturadas e açúcares industrializados. Para emagrecer, deve-se pensar sempre, em primeiro lugar, no compromisso de querer assumir o desafio, pois manter-se magro, após o sucesso, será mais fácil.





A "mcdonaldização"

Em ritmo acelerado e escala planetária, as culinárias tradicionais vão sendo atropeladas pelo fast-food. E bilhões de seres humanos estão migrando dos carboidratos para as gorduras.

As conseqüências dessa alimentação engordurada podem não ser inocentes. Artérias entupidas e diabetes são apenas algumas das possíveis conseqüências do excesso de peso. Mas, independentemente das conseqüências, existe hoje uma unanimidade entre os médicos para se considerar a própria obesidade como uma doença. E o que é pior: uma doença crônica e incurável. Como a gordura precisa ser estocada no organismo, todo obeso tem um aumento do número de células adiposas (obesidade hiperplástica) ou um aumento do peso das células adiposas (obesidade hipertrófica) ou uma combinação das duas coisas.

Esse é um dos fatores que faz com que, uma vez adquirida, a obesidade se torne crônica. O indivíduo pode até emagrecer, mas vai ter que se cuidar pelo resto da vida para não engordar de novo. É por isso também que, a longo prazo, os regimes restritivos não resolvem. Com eles, a pessoa emagrece rapidamente. Mas não consegue suportar, por muito tempo, as restrições impostas pelo regime. E volta a engordar. É o chamado "efeito sanfona", o massacrante vai-e-vem do ponteiro da balança.

terça-feira, novembro 08, 2011

PROPRIEDADES FUNCIONAIS DO ALHO





Quase sempre presente nos temperos usados no preparo dos principais alimentos consumidos pelos brasileiros, o alho consiste em um importante elemento que compõe a nossa culinária e as nossas práticas alimentares. O seu uso e as suas qualidades se posicionam para muito além de questões relacionadas ao monopólio do sabor dos alimentos por quem os prepara. O alho, além de adicionar apreciado sabor e aroma aos alimentos, consiste em um acréscimo saudável ao que comemos, sendo plenamente capaz de auxiliar na melhoria de nossa qualidade de vida, qualidade esta que os especialistas consensualmente afirmam estar estreitamente relacionada ao quê e a como consumimos. Em função de seus efeitos benéficos à saúde, diversas reportagens e estudos científicos são realizados sobre esse alimento.

Embora ainda existam controvérsias, a maioria dos estudiosos aponta que o nascimento do alho remonta cerca de seis mil anos e ocorreu no continente asiático, mais precisamente no deserto da Sibéria, de onde posteriormente teria sido transportado para o Egito, para o extremo oriente, por meio do comércio com a Índia e, finalmente, para o continente europeu. Uma diversidade de acontecimentos remotos circunda o uso do alho pelas sociedades da antiguidade e do período medieval.

Na sociedade egípcia, por exemplo, sete quilos de alho eram suficientes para que se comprasse um escravo, ao mesmo tempo em que os trabalhadores atuantes na construção das pirâmides recebiam uma quantia em alho como parte de pagamento e também de sua alimentação diária, tendo em vista a crença de que o seu consumo melhoraria a resistência a doenças e epidemias.

O alho (alium sativum) é um vegetal da família das liliáceas, a mesma da cebola e da cebolinha. Sob essa denominação existem muitos tipos e quase todos se diferem com base no tamanho, na forma, na cor e no sabor, bem como no número de dentes por bulbo, acidez e capacidade de armazenamento.

É considerado um alimento funcional, classificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), por ser capaz de trazer benefícios à saúde de quem o consome com certa regularidade. O “algo a mais” desse alimento se deve à presença de nutrientes ou compostos bioativos que, baseado em comprovações científicas e validação de órgãos nacionais e internacionais como a FDA (Food and Drug Admistration), produz efeitos positivos à saúde e reduz o risco de certas doenças.

Uma das propriedades largamente estudada do alho deve-se à presença de compostos organossulfurados (como a alicina), que podem auxiliar na redução da pressão arterial e do colesterol LDL.

A American Dietetic Association (ADA) indica o consumo de seiscentos a novecentos miligramas de alho por dia, quantidade que equivale ao peso médio de um dente de alho cru, forma de consumo diário recomendada para a promoção dos efeitos benéficos.

Para aproveitar as propriedades benéficas deve-se picar e macerar o alho e esperar por 10 minutos para dar tempo das enzimas, presentes no próprio vegetal, agirem, e só então utilizá-lo. Para preparações em que há necessidade de aquecimento, é importante não deixar o alimento escurecer.

Já existem vários suplementos à base de alho no mercado e, em certas situações, demonstram bons resultados no tratamento de algumas pessoas, aliados a outros fatores como a promoção de um estilo de vida mais saudável.

Um dos suplementos disponíveis é o óleo de alho, porém se faz necessário ressaltar que este não possui ação na melhora do perfil lipídico e colesterol sanguíneos, já que os compostos bioativos responsáveis por esse efeito são hidrossolúveis e não estão presentes nesses produtos. Neste caso, a melhor indicação seria o extrato de alho, que também auxilia na melhora da Hipertensão Arterial Sistêmica.

Dentre tantas vantagens demonstradas no uso do alho, não se pode deixar de ressaltar a soberania da individualidade bioquímica, onde cada indivíduo é único e reage de uma forma individual aos diversos compostos e nutrientes presentes nos alimentos. É só observar que algumas pessoas referem má digestão e presença de gases, dentre outros efeitos, ao consumir o alimento.

No caso do alho, alguns compostos presentes podem interagir com medicamentos, como por exemplo, anticoagulantes, hipertensivos e hipoglicemiantes, potencializando ou agindo em sinergia com os componentes dos mesmos.

Dessa forma, um alimento que pode servir como remédio para uns, pode ser como um veneno para outros. Por mais uma vez, a individualidade bioquímica e o respeito à própria natureza se fazem vitais.

Nutrição Clínica Funcional

PIMENTA CONTRA O CÂNCER




A edição de Março de 2011 da Revista Saúde! publicou uma reportagem sobre os efeitos positivos do consumo de pimenta para o nosso organismo. A pimenta vermelha tem sua origem no Brasil (mais especificamente na Bahia) e no Peru, sendo seu descobrimento atribuído aos navegantes portugueses e espanhóis. A pimenta pertence às plantas do gênero Capsicum e nelas há um fitoquímico chamado capsaicina, responsável por garantir o sabor ardido do alimento.

Este ardor causado pela pimenta, no entanto, não agrada a maioria da população brasileira, sendo parte da culinária de alguns poucos estados. A reportagem da revista aborda a importância do consumo de pimenta na redução da pressão arterial. No entanto, a grande maiorias dos estudos apontam para as propriedades antioxidantes, anticarcinogênicas e antimutagênicas da capsaicina.


Este fitoquímico possui a capacidade de reduzir a quantidade de radicais livres no organismo por modular a formação de moléculas pró-inflamatórias através de ações sobre a ciclo-oxigenase (COX-2), prostaglandinas (PGE2) e fator de necrose tumoral (TNF-α), que estão associadas com doenças crônicas como diabetes, aterosclerose e câncer.


A capsaicina inibe a proliferação celular descontrolada, característica de células cancerosas, além de induzir a apoptose (morte) da linhagem de células malignas. Outro mecanismo inibitório do câncer pela capsaicina se dá através da inativação do NF-kB, que é ativado em resposta a vários estímulos extracelulares, como citocinas inflamatórias, agentes infecciosos e irradiação ultravioleta. Uma vez ativado, o NF-kB irá estimular a expressão de genes envolvidos em repostas imunológicas, inflamação e sobrevivência da célula cancerígena.


A capsaicina é encontrada na pimenta malagueta, cayenne, jalapeño, dedo-de-moça, entre outras. No entanto, a quantidade da substância varia de espécie para espécie. A recomendação é o consumo de até 30 mg/dia de capsaicina para que se obtenha o efeito terapêutico. Isso é equivalente a ingerir até 06 unidades da pimenta dedo-de-moça, 03 unidades de pimenta jalapeño ou até ½ pimenta malagueta. Além disso, os frutos de Capsicum são também fontes de vitaminas C, complexo B (tiamina, riboflavina, niacina e ácido fólico) e de vitamina A.


Assim, apesar de poucas evidências sobre os benefícios da pimenta no controle da pressão arterial, a capsaicina é um composto fenólico com grande ação antioxidante e anti-inflamatória. Dessa forma, este fitoquímico é mais uma arma disponível na alimentação para combater as doenças da modernidade.




Nutricionista Funcional , Dr. Guilherme Barros Fernandes

terça-feira, outubro 04, 2011

ACERTE NA ESCOLHA

A Medicina resolve cerca de 10% de nossos problemas.
O estilo de vida pode fazer muito mais.



Dor misteriosa, indesejável, mas quão comum! A maioria das pessoas que procura o médico, combatê-la ainda é um desafio. Boa parte dos medicamentos usados para combater as doenças não passam de analgésicos , que necessitam ser tomados indefinidamente em muitos casos.


Todas as pessoas que sofrem com artrites e dores lombares demandam analgésicos e mais analgésicos para ter apenas uma pobre qualidade de vida, limitada e debilitante. A maioria desses sofredores crônicos aceita sua sorte , vivendo dependentes de todo tipo de ajuda para aliviar temporariamente seus males.


Durante muitos anos, a população foi levada a crer que , mais cedo ou mais tarde, novas pesquisas e descobertas trariam a almejada cura aos muitos males que afligem a humanidade. Contudo, na década de 70 , a cura do câncer e outras doenças crônicas continuavam apenas em promessa, passando a se valorizar, desde então , o estilo de vida como causa e até possível chave pra reverter o curso de diversas moléstias.


Decrescendo a onipotência da ciência , a esperança de muitos médicos e nutricionistas esclarecidos encaminhou-se para o até então pouco valorizado campo da medicina preventiva. Hoje, à medida que surgem mais e mais evidências do VALOR DE UMA VIDA SAUDÁVEL na prevenção de doenças, se torna claro que a solução dos problemas de saúde está em grande parte em nossas próprias mãos .




O que a tecnologia médica pode fazer pra melhorar nosso estado de saúde?


Na melhor das hipóteses e nos melhores centros, não ultrapassa aos 10% em relação aos nossos sofrimentos . Um décimo! É o máximo que todo o esforço de milhares de instituições e médicos pode fazer por nós; noventa por cento escapam de sua esfera de ação.


Que podemos fazer por um paciente com bronquite crônica, se ele continua a fumar?


Que é possível fazer por um paciente submetido a uma cirurgia das coronárias, se ele se recusa a mudar os hábitos dietéticos, a controlar seu estresse e baixar o peso?





Finalmente, a ciência médica começa a entrar em sintonia por Hipocrates, o chamado Pai da Medicina. Ele ensinava a seus discípulos e pacientes o seguinte: “SEJA O ALIMENTO O TEU PRINCIPAL REMÉDIO”. E ao abordar os doentes fazia minuciosa verificação quanto a seus Hábitos de trabalho, repouso, sono e recreação. Se isso já era importante há 500 anos antes de CRISTO, que dizer da vida hiperagitada de hj?


A natureza de nosso organismo é tal que podemos viver relativamente bem durante décadas , apesar de praticar toda sorte de absurdos. O corpo suporta excesso aparentemente sem protestar e isso é interpretado como razão plausível para manter-se indefinidamente no caminho errado. Muitos até visitam regularmente centros de check-up, que nem sempre indicam sinais precoces de enfermidade. Mas , quando surge o primeiro sinal de doença , pode ser tarde.Vinte a trita por cento dos ataques cardíacos são fatais – fora do alcance de qualquer tratamento.


Não há dúvida de que estamos diante de uma nova era no trato com as doenças. O futuro de todos nós está na PREVENÇÃO. Sendo assim, a solução se encontra no nosso alcance, e pode afastar até 70% das doenças atuais sem custo adicional, ao contrário das contas milionárias dos custos médicos e hospitalares, proibitivos para uma parcela cada vez maior da população.


             Revista Vida e Saúde, maio 2011

sábado, julho 23, 2011

- Jack3d - Energia Duvidosa


Como diz  uma reportagem da revista ÉPOCA( junho,2011),
" Malhar esgota. Malhar provoca dor. Pos isso , nas academias circulam produtos que prometem mais força , resistência e disposição. O mais recente desses suplementos da moda é o Jack3d, um pó que só toma antes do treino misturado a água."


Ele foi lançado a dois anos nos Estados Unidos, subiu rapidamente no ranking dos produtos mais vendidos e, meses atrás, começou a fazer sucesso no Brasil.
Fabricado pela USPlabs, americana, o Jack3d custa US$ 25 nos Estados unidos, pode ser encontrado por US$ 45 na internet e troca de mãos nas academias por algo entre R$ 100 a R$ 300. O produto NÃO PODE SER COMERCIALIZADO NO BRASIL  porque a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe suplementos que contenham dopping.  É o caso da dimetilamilamina, substância que dá ao "3d" do nome do produto. Ela estimula o sistema nervoso e está na lista de compostos proibidos pela Agência Mundial Antidoping. Pode causar dependência.(ÉPOCA,2011)




Existe uma enorme quan­ti­dade de pro­du­tos mági­cos ofe­re­ci­dos pela indús­tria de suple­men­ta­ção que  nos deixa real­mente ator­do­a­dos e sem saber como jul­gar qual o melhor,  se real­mente fun­ci­ona e quais são os ris­cos.
Quando pensamos em suplementação, sempre temos que lembrar de ALIMENTAÇÃO.
Os suplementos nada mais são do que compostos isolados de determinadas substâncias presentes nos alimentos ou no nosso organismo. E por isso, uma análise criteriosa de cada componente do suplemento deve ser feita antes de ser consumido. Basicamente, devemos analisar o que é e para que serve cada item e seus efeitos colaterais.




O Jack3d é vendido como um super suplemento pré-treino, que irá te fazer ficar mais focado, levantar mais peso e te dar energia duradoura para treinos intensos!


Para confirmar isso e responder as perguntas que me fazem, busquei estudos com dados científicos sobre o Jack3d. Entretanto, em minhas pesquisas não encontrei experimentos com esse suplemento. O que fiz então foi procurar sua composição detalhada para analizá-la separadamente.


A composição do Jack3d é divida em 2 complexos.


COMPLEXO I: Y-RD™ (153,33 mg)


THEOPHYLLINE (TEOFILINA)

É também conhecida como dimetilxantina. É uma droga usada no tratamento de doenças respiratórias como asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), tem efeitos estimulantes por possuir forma estrutural semelhante a da cafeína. Contudo, por causa dos seus efeitos colaterais agora é raramente utilizada clinicamente.


A teofilina é naturalmente encontrada na maior parte dos chás, só que em menores quantidades.


Suas principais ações são:


dilatar os brônquios no pulmão;


• aumentar a força de contração do coração;


• aumentar a frequência (ritmo) de contrações do coração;


• aumentar a pressão arterial;


• aumentar o fluxo sanguíneo nos rins;


• efeito estimulante no sistema nervoso central (SNC), principalmente na parte responsável pelo controle da respiração


Alguns possíveis efeitos colaterias da Teofilina:


• diarréia;


• náusea;


• aumento da frequência cardíaca;


• cefaléia;


• insônia;


• irritabilidade;


• tonturas;


• vertingens




1,3 DIMETHYLAMYLAMINE


A Dimethylamylamine ou Methylhexaneamine, é um componente do óleo da flor de Gerânio e por isso é vendida pela indústrias de suplementação como alimento dietético.


Quando isolada em laboratório, normalmente é utilizada como descongestionante nasal, por via oral ou nasal, por causa do seu efeito vasoconstritor.


Entretanto, essa droga não é aprovada pela Food and Drug Administration (FDA), nos EUA, pela falta de estudos conclusivos sobre sua dose segura e pelos efeitos estimulantes sobre o SNC semelhantes ao das anfetaminas e efedrina, o que pode ocasionar dependência.


Na Nova Zelândia frequentadores de festas noturnas consumiam comprimidos estimulantes que tinham como ingrediente ativo a Dimethylamylamine. Alguns efeitos adversos sérios foram relatados:


• dores de cabeça;


• náuseas;


• acidente vascular cerebral (AVC)


E então, desde 2008 essa substância passou a ser considerada ilegal na Nova Zelândia.


No meio esportivo, já foram encontrados vários casos de dopping por utilização da Dimethylamylamine.


Em 2009 cinco atletas jamaicanos foram pegos no exame pelo Comitê Jamaicano de Anti-Doping, pelo uso dessa droga como estimulante.


Durante os Jogos da Commonwealth neste ano, o atleta nigeriano Damola Osayemi perdeu sua medalha de ouro nos 100m, após ser detectada a substância Dimethylamylamine durante os testes de drogas. Em seguida, o teste de outro atleta nigeriano, Samuel Okon, que terminou em sexto nos 110m com barreiras, também deu positivo para a droga.


Ainda em 2010, em outubro, dois ciclistas Portugueses, foram pegos no dopping durante o Campeonato Nacional Português no final de junho. O Australian Sports Anti-doping Authority suspendeu nove atletas australianos da Liga de Futebol Australiano e Liga Nacional de Rugby também em outubro.


Em novembro foi a vez da África do Sul encontrar a substância em dois jogadores de Rugby na turnê anual de Rugby do Hemisfério Norte, os jogadores foram suspensos e imediatamente mandados de volta casa, apesar de terem alegado que consumiram a substância involuntariamente, sob a forma de medicação para os sintomas da gripe.


Por esses fatos, a partir de 2010, a World Anti-Doping Agency incluiu a Dimethylamyla-mine na lista de substância ilegais.


DIBENZO


Essa substância é da família das Benzodiazepinas, que são um grupo de medicamentos utilizados para tratamento de ansiedade, amnésia anterógrada ou como sedativos, hipnóticos, relaxante muscular e ainda anticonvulsionante. Ela tem uma grande capacidade de deprimir o SNC, ou seja, diminuir a atividade cerebral.


Alguns efeitos adversos do seu uso:


Sedação;


• Euforia;


• Amnésia;


• Indiferença e má avaliação do perigo;


• Exacerbar muito os efeitos do álcool;


• Confusão mental;


• Hipotermia (diminuição da temperatura corporal);


• Dependência;


• Aumento da hostilidade (agressividade);


• Ataxia (falta de coordenação nos movimentos);


• Anemia;


• Alucinações.


Nome de alguns tipos de benzodiazepínicos:


• Diazepam ou Valium;       ( Ansiolítico, relaxante do músculo esquelético, anticonvulsionante)


Lorazepam; (  boca seca, náusea, obstipação,sedação, tontura, fraqueza, ataxia, confusão, distúrbios visuais, depressão, def de memória, excitação taradoxal. (monitorar a função hepática em uso a longo prazo, pode causar dependência em uso a longo prazo )


Clonazepam ou Rivotril; Anticonvulsionante, antipânico ( boca seca/inflamada, cólicas abdominais , disfagia, náusea, diarréia, obstipação.) Precaução:  com diminuição da função renal ou doença respiratória. não usar com doença hepática grave. Outros sintomas:  sonolência, tontura , ataxia, disturbios de comportamento, hiperatividade (em crianças) , sedação, depressão, insônia, cefaléia, distúrbios visuais, confusão , tremores, sintomas extra-piramidais, taquicardia, edema, rudor, erupções cutâneas. (aumento de TGO , TGP e fosfatase alcalina) Pode causar dependência em uso a longo prazo.


Bromazepam ou Lexotan.


SCHIZANDROL A


O Schizandrol A possui a seguinte combinação: 2, 3, 4, 1, 2, 3-hexamethoxy-6,7-dimetil-1, 2,3,4-dibenzo-1,3-cyclooctadien-6-Ol e junto com o Dibenzo, atuam no funcionamento cerebral inibindo o SNC.


Ele provoca o aumento nas concentrações de dopamina e serotonina no cérebro, levando a um aumento na sensação de prazer e bem estar, por isso, também pode ser utilizado no tratamento de transtornos de comportamento, ansiedade e depressão. Entretanto, existem poucas pesquisas com a sua utilização em humanos, somente em roedores.


COMPLEXO II: ATP-Carnosina-Vaso Complex™ (3500,00 mg)


CREATINA MONOHIDRATADA


A creatina é um composto encontrado nos músculos na de forma de Creatina Fosfato (CP), pois em sua estrutura química existe uma molécula de fósforo adicionada.


Como suplemento, é utilizada normalmente em modalidades esportivas que exigem uma grande produção de força, e de maneira rápida. Nos alimentos é encontrada em maiores quantidades nas carnes em geral.


BETA-ALANINA


É um aminoácido não essencial presente no nosso organismo, que tem participação em todas as vias energéticas: carboidratos, proteínas e gorduras. Ela atua no reconhecimento dos nutrientes que serão utlizados pela célula, na regulação da atividade de certos tipos de enzimas, no metabolismo do Triptofano (aminoácido formador de Serotonina) e também auxilia no aumento da síntese proteíca (formação de novas proteínas). EM EXCESSO PODE COMPROMETER O FUNCIONAMENTO DOS RINS.


ARGININA


É também um aminoácido presente no nosso organismo, porém essencial.


A arginina é o precursor imediato do Óxido Nítrico e esse por sua vez promove relaxamento dos vasos sanguíneos,aumenta o fluxo de sangue e mais oxigênio e energia chegam aos músculos, diminuindo a pressão arterial. Não há comprovação de seus efeitos sobre o crescimento muscular.  Também é importante para produção de creatina e tem papel fundamental na divisão celular (mitose e meiose), na cicatrização de feridas, na remoção de amônia do corpo, no sistema imunológico e na produção de alguns hormônios. PODE CAUSAR PALPITAÇÃO, TONTURA E DESMAIO.

Os supostos benefícios do Jack3d não estão comprovados. Ele contém a arginina ,que aumentaria a circulação de sangue nos músculos  e diminuiria a fadiga. " As pesquisas sobre os efeitos da arginina são contraditórios", afirma a nutricionista Daniela Caetano Gonçalves da Universidade de São Paulo(USP) . O nutricionista Paulo Henrrique Mendes de Brasília, diz que o corpo sintetiza diariamente 2 mil vezes mais arginina do que realmente precisa. " Qual seria a utilidade de comprar suplementos com grandes quantidades de arginina se não temos essa demanda? Provavelmente nenhuma", afirma. (REVISTA ÉPOCA,2011) 

OBS: Pessoas que tem herpes, devem evitar tomar suplementos que contenham arginina, pois aumenta a herpes.


ALFA-CETOGLUTARATO


Conhecido também como Ácido Alfa-Cetoglutarato tem participação na formação de energia celular sendo uma peça chave no Ciclo de Krebs (ciclo formador de energia dentro das células). Além de regular a produção de energia, outra função importante desse ácido é a formação de ácido glutâmico ou Glutamina, aminoácido essencial para controlar a reparação de tecidos no corpo (pele, músculos e outros) e manter o sistema imunológico.


OUTROS INGREDIENTES


ÁCIDO CÍTRICO


O ácido cítrico é um antioxidante encontrado na maioria das frutas, sobretudo nas mais cítricas, limão, laranja, acerola.


Sua função é ajudar a remover os átomos de oxigênio que “sobram” no nosso corpo, retardando o processo de envelhecimento.


SUCRALOSE


É um adoçante derivado do açúcar, bastante utilizado em bebidas de baixa quantidade calórica.


ACESULFAME-K


Adoçante dietético bastante utilizado em doces, bebidas e chicletes. Ele não é metaboli-zado pelo organismo humano, sendo eliminado com a mesma forma em que foi ingerido.


IMPORTANTE!


Todas as substâncias descritas no COMPLEXO I atuam no funcionamento do Sistema Nervoso Central e podem causar dependência.

 A MINHA OPINIÃO:


Muitos pacientes , amigos e conhecidos  já chegam dizendo que estão tomando o Jack3d, e pedem opinião , por isso resolvi colocar esse post no meu blog. 
 Infelizmente, na indústria da suplementação existem poucos estudos comprovando a eficácia de alguns produtos e estes, acabam sendo consumidos de maneira equivocada pelas pessoas. O mais importante quando se trata de eficiência e segurança é SEMPRE procurar orientação de profissionais sérios e qualificados para entender qual a real necessidade da suplementação, qual tipo de produto e qual a dosagem mais adequada para você.


Quanto ao Jack3d, sou totalmente CONTRA o seu consumo, não indico, não compro e não recomendo. Haja visto, os componentes utilizados em sua fabricação, apoiado pela falta de registro na Food and Drugs Administration (FDA) nos EUA e também na Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA) no Brasil.